ÓLEO E GÁS

Venda controversa da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) desestabiliza o setor de ÓLEO E GÁS; entenda

Uma “tempestade” no setor de óleo e gás está se formando após a emissão de um relatório pela Controladoria Geral da União (CGU) esta semana.

Venda controversa da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) desestabiliza o setor de ÓLEO E GÁS; entenda

Em suma, o relatório apontou irregularidades na venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) na Bahia, rebatizada de Refinaria de Mataripe após ter sido adquirida pelo fundo Mubadala Capital por US$ 1,8 bilhão em novembro de 2021. Conforme a CGU, a transação foi realizada por um valor abaixo do preço real de mercado, fundamentada em premissas excessivamente pessimistas durante a pandemia de COVID-19.

A avaliação da CGU e suas observações

Concisamente, o relatório da CGU destacou que a precificação da refinaria foi realizada durante um período desafiador, caracterizado por incertezas econômicas e volatilidade decorrentes da pandemia. Desse modo, isso levou a uma avaliação que considerou premissas pessimistas para o crescimento econômico e alta sensibilidade das margens de lucro, resultando em uma suposta desvalorização da refinaria.

Além disso, a CGU apontou vulnerabilidades no procedimento de venda, sugerindo que duas alternativas poderiam ter sido consideradas: esperar pela estabilização do cenário futuro ou realizar uma avaliação única, ajustando premissas operacionais e de preços.

Outro ponto levantado foi a continuidade do processo de venda da RLAM pela Petrobras, mesmo após ter solicitado ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) mais prazo para concluir a venda de outras refinarias. A CGU questionou a coerência dessa decisão no contexto específico daquele momento.

Reação dos petroleiros e demanda por investigação

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) reagiu imediatamente ao relatório da CGU. Assim sendo, em um ofício enviado ao presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, a entidade sindical exigiu uma investigação interna. Desse modo, considerando apurar possíveis irregularidades, conflitos de interesse e a adequação dos parâmetros de avaliação na venda da RLAM.

Além disso, a FUP solicitou também a participação de um de seus representantes na comissão de investigação. Além do afastamento preventivo dos gerentes envolvidos no processo de venda da refinaria. Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP, destacou que a entidade já havia alertado, anteriormente, sobre o preço de venda da RLAM, alegando que estava abaixo do valor de mercado.

Conforme análises do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (INEEP), a refinaria poderia valer entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões. Sendo esse valor o dobro do valor pelo qual foi vendida.

Resposta da Petrobras e compromisso com a governança corporativa

Resumidamente, a Petrobras destaca que o processo de venda da RLAM ocorreu durante a gestão anterior. Assim, de acordo com os termos vigentes de desinvestimentos à época. Além disso, a empresa afirma também que o processo foi submetido ao Tribunal de Contas da União (TCU), que considerou necessário atender à sistemática estabelecida.

Em suma, a Petrobras esclareceu que um procedimento administrativo foi iniciado. De modo a avaliar o referido processo de venda, atualmente em análise pelas áreas pertinentes da companhia. Dessa forma, a empresa reafirmou seu compromisso com a governança corporativa e se colocou à disposição para fornecer todas as informações necessárias aos órgãos externos.

A conclusão dos órgãos de controle e instituições de fiscalização/investigação será considerada pela Petrobras. Assim, demonstrando a importância dada à preservação do patrimônio público e privado representado pela empresa.

Tensão no setor?

Certamente, a venda controversa da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), agora Refinaria de Mataripe, continua a causar agitação no setor de óleo e gás. Visto que com a CGU apontando irregularidades no processo de venda e a FUP exigindo investigações internas, o caso está longe de ser encerrado.

Contudo, a resposta da Petrobras ressalta o compromisso da empresa com a transparência e a governança corporativa, enquanto espera-se por desdobramentos vindouros dessa polêmica transação.

Veronica Stivanim

Veronica Stivanim é Autora de 6 livros e atua como Redatora de diversos assuntos para Portais de Notícias. Livros publicados: Pausas, palavras e poesias (Ed. Autografia); As cartas que eu não mandei (Chiado Books); Eu pensei hoje… (Clube de Autores); Gestão de pessoas é coisa de jovem, sim! (Clube de Autores); Contei, mas é segredo! (Clube de Autores) e Resgatando meu amor (Clube de Autores).

Postagens Recentes

Preço do diesel atinge novos patamares em maio, aponta análise da Edenred Ticket Log

A mais recente análise do Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), levantamento que consolida…

30 minutos ago

Consórcio Magalu muda política de comissão para parceiros de vendas e abre 300 vagas

Consórcio Magalu, empresa de consórcios do Magazine Luiza, está com oportunidades de parcerias comerciais exclusivas…

46 minutos ago

Brasil domina comércio com China na América Latina ultrapassando US$ 480 bilhões

O intercâmbio comercial entre a China e os países latino-americanos atingiu um marco histórico em…

53 minutos ago

Fishing Raptor anuncia a chegada do novo “super sport”, um dos barcos mais velozes já fabricados no Brasil

O novo modelo Fishing 41 Super Sport será lançado no 2º semestre deste ano com…

23 horas ago

Casa dos Ventos anuncia investimento em complexo de energia solar com 1.268 hectares, potência total de 600 MW e geração de 700 vagas de emprego

A empresa do setor de energias renováveis, Casa dos Ventos, está ampliando sua atuação no…

24 horas ago