O Grupo Agroterenas SA está trabalhando para reativar a usina de etanol de Anaurilândia, a empresa que tem mais de 70 anos de experiência no agronegócio, já protocolou o pedido de licença de instalação do empreendimento. Em reunião com o secretário de meio ambiente, desenvolvimento, ciência, tecnologia e inovação, Jaime Verruck, o gerente administrativo Júlio Coelho, o contador Eduardo Rodrigues e o engenheiro florestal Cláudio Bertolucci trataram da concessão de incentivos fiscais.
O Grupo Agroterenas planeja reativar a fábrica de Anaurilândia (antiga fábrica de Aurora) ainda no ano que vem, a previsão é que sejam gerados 650 empregos diretos, atualmente, cerca de 300 funcionários já trabalham na empresa. Mais de R$ 100 milhões serão investidos para reativar a usina de etanol, a produção estimada é de 80 mil metros cúbicos de etanol por ano.
O secretário Jaime Verruck disse que o Imasul (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) vai fazer um cronograma para acompanhar o andamento das obras e realizar o processo de licenciamento para não haver atrasos, a usina de etanol em Anaurilândia entrará em operação efetivamente em maio do próximo ano.
“Isso mostra que o setor sucroenergético está avançando no estado”, diz Verruck. O prefeito Edinho Takazono estava acompanhado do secretário municipal de desenvolvimento econômico, Eliseu Gonçalves, e dos vereadores Rafael Hamamoto, Jorge Santana, Maria Aparecida da Silva, Daniel da Silva e Danilo Bastos.
Mato Grosso do Sul está posicionado no topo do ranking nacional do setor sucroenergético, o estado é o quarto maior produtor de cana-de-açúcar e exportador de bioeletricidade para o SIN (Sistema Integrado Nacional) e o quinto maior produtor de açúcar e etanol, a atividade gera mais de 30 mil empregos diretos.
Só com o pagamento de salários, injetou mais de R$ 834 milhões na economia em 2021, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), órgão do Ministério da Economia. A cultura ocupa atualmente 800 mil hectares no estado, distribuídos em 39 municípios, 84% das lavouras estão concentradas na região do Cone Sul.
São 17 usinas em operação, todas produzindo etanol hidratado (o etanol usado como combustível), 12 das unidades produzem etanol anidro, 10 produzem açúcar e todas transformam bagaço e palha de cana em energia elétrica. As usinas de etanol são responsáveis pela geração de 2,3 megawatts-hora de energia em 2021.
O Grupo Pedra Agroindustrial SA, de Andradina (SP), anunciou a aquisição da Usina Orbi Bioenergia, o empreendimento estava inacabado e pertencia à Companhia Energia Renovável (Cern) e com a mudança de propriedade passou a se chamar Usina Cedro, o investimento previsto na conclusão da Usina Cedro é de R$ 400 milhões e serão gerados até 1.200 empregos diretos e indiretos.
A expectativa é concluir as obras e iniciar a produção em 2024, e moer 1,2 milhão de toneladas de cana até atingir a capacidade total da usina, de 5 milhões de toneladas.
Mato Grosso do Sul ainda tem dificuldade para atender toda a demanda das empresas, com um mercado de trabalho aquecido, com saldo positivo de vagas criadas e preenchidas, o estado ainda enfrenta problemas para atender a demanda. A qualificação dos profissionais no mercado de trabalho também é um problema, segundo o presidente da Federação das Indústrias do Mato Grosso do Sul (Fiems), Sérgio Longen, o problema é pior no Brasil.
São 20 mil vagas disponíveis em todo o estado, diz Longen. “Nossa dificuldade é encontrar essas pessoas, inclusive para qualificação profissional”, afirma. O dirigente afirmou que o MS vive um momento de tranquilidade. “Vivemos em pleno emprego no Estado, esse é um número muito claro para todos nós, o que precisamos hoje é que as pessoas busquem qualificação profissional, procurem as vagas que estão disponíveis”.
O Mapa do Trabalho Industrial estima que nos próximos anos o Brasil precisará qualificar mais de 9,5 milhões de trabalhadores para atender às demandas tecnológicas adotadas pela indústria.
Até agora, 19% das vagas oferecidas neste mês não foram preenchidas, segundo a Fundação de Assistência Social (Funsat) essas oportunidades não tiveram procura ou encaminhamentos, diz a Funsat, porém, não é apenas o setor industrial que observa dificuldade no preenchimento de vagas.
Todos os setores da economia possuem algum cargo ofertado em que não é possível fazer encaminhamentos, as vagas acabam ficando paradas nos sistemas de realocação.
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