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UFG pode ser pioneira em testes de petróleo sintético no mercado de aviação

A UFG está desenvolvendo um petróleo sintético que poderá ser utilizado no setor de aviação. O setor tem como intuito atingir a neutralidade no carbono até o ano de 2050

by Valdemar Medeiros
UFG pode ser pioneira em testes de petróleo sintético no mercado de aviação

Sabemos que o Etanol é muito mais vantajoso do que a gasolina na hora de abastecer o veículo, não apenas por economia ou autonomia do carro, mas também pelo seu impacto ao meio ambiente. Entretanto, no ramo da aviação, é difícil fazer com que o transporte aéreo ajude na redução da emissão de gases do efeito estufa. Sendo assim, a resposta para esse problema pode estar em um projeto de pesquisa coordenado por Christian Gonçalves Alonso, professor do Instituto de Química da Universidade Federal de Goiás (UFG), que busca a produção de um petróleo sintético a ser utilizado nas aeronaves.

Projeto de Petróleo Sintético recebe investimentos milionários

Segundo o professor Christian, do ponto de vista econômico e social, ele (petróleo sintético) permite que a gente fale e esteja dentro na Agenda 2030 ou Agenda 2050 (da ONU), em uma agenda de descarbonização e de baixo carbono.

A pesquisa para a fabricação de petróleo sintético para aviação aqui no Centro-Oeste será impulsionada por uma parceria entre a UFG, que receberá os recursos, a Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit GmbH (GIZ), responsável pelo investimento financeiro, com o apoio da Fundação Rádio e Televisão Educativa e Cultural (RTVE).

Os estudos contarão com aporte de 760 mil euros, mais de R$ 3,7 milhões de investimento, sendo que cerca de 425 mil euros voltados apenas para a compra dos mais de 20 equipamentos que estão chegando gradativamente em um dos laboratórios da UFG no Campus Samambaia.

A pesquisa coordenada por Christian para o petróleo sintético teve início no mês de março deste ano e tem dezembro de 2023 como prazo final para ser concluída.

Missão do projeto da UFG 

A Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) é um plano para se atingir em 2030 um mundo melhor para todas as pessoas. E para atingir essa meta no prazo determinado, é necessário seguir e atingir os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), cujo intuito é acabar com a pobreza, proteger o clima e o meio ambiente, além de garantir um melhor futuro, em todos os aspectos, para a população mundial.

Este é o intuito principal e que atraiu Guilherme Botelho, profissional formado em Engenharia Química pela UFG, Pós-Doutorando e um dos integrantes da equipe de Christian. Segundo o engenheiro, com certeza uma das principais vantagens do petróleo sintético é a vertente ambiental.

A equipe conseguirá produzir combustível de aviação com um impacto muito menor quando se for comparado com combustíveis de origem fóssil.

Já Isabela Dias, outra integrante do projeto de pesquisa, viajou recentemente à Alemanha para conhecer de perto o anseio de países da Europa por produções mais sustentáveis.

Neutralidade no mercado de Aviação poderá chegar até 2050

Neste ano, os países da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO) fizeram um acordo para conquistar a neutralidade da emissão líquida de carbono até 2050. Esse e outros tratados assinados por empresas e a indústria aeronáutica no geral motivaram a pesquisa feita pelo professor da UFG para a produção de petróleo sintético, já que outros tipos de transporte já possuem outras alternativas menos poluentes.

Segundo Christian, é muito fácil atuar focando a descarbonização, por exemplo, automotiva. A UFG possui os carros elétricos, carros a hidrogênio, a bateria, entretanto no setor de aviação não há para onde correr. Sendo assim, a criação de um combustível alternativo para o transporte aéreo, seja o petróleo sintético ou não., deve atender a demanda do setor nos quesitos autonomia e segurança.

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