A petroleira brasileira Petrobras se recusou a fornecer combustível para dois granéis iranianos no porto de grãos de Paranaguá, deixando os navios incapazes de retornar ao seu país de origem.
Os dois navios, o Bavand de 54.000 dwt e o de 75.000 dwt Termeh, chegaram a Imbituba, no início do ano, transportando ureia, um fertilizante fabricado a partir de gás natural ou outros hidrocarbonetos. O Irã tem uma abundância de produção de combustíveis fósseis que não pode exportar devido a sanções americanas, mas um comprador brasileiro não identificado estava disposto a comprar este produto petroquímico, apesar do risco de conformidade.
A Petrobras, no entanto, tem amplos interesses comerciais nos Estados Unidos e disse que não desejava arriscar problemas com as autoridades americanas fornecendo combustível para navios iranianos – especialmente porque esses dois navios são explicitamente mencionados na lista negra do Departamento do Tesouro dos EUA.
“As embarcações foram incluídas pelos Estados Unidos na lista de nacionais designados e pessoas bloqueadas (SDN)”, disse a Petrobras em um comunicado. “Se a Petrobras fornecesse esses navios, estaria sujeito ao risco de ser incluído na mesma lista, o que poderia causar sérios danos à empresa. Deve-se notar que existem outros fornecedores de combustível no país”, afirmou.
O Bavand já carregou 50.000 toneladas de milho brasileiro para o mercado iraniano, enquanto o Termeh ainda está programado para receber outras 66.000 toneladas. Ambos parecem estar presos em Paranaguá até conseguirem um suprimento adequado de combustível.
