Um novo estudo do Boston Consulting Group (BCG) indica que a demanda global por hidrogênio verde deve ser até cinco vezes maior em 2050 do que a produção atual. Segundo a consultoria, investimentos em produção e transporte do combustível de baixo carbono devem chegar até US$ 12 trilhões entre 2025 e 2050.
O Brasil é um dos países mais bem preparados para liderar o mercado de hidrogênio verde, devido à sua matriz energética majoritariamente renovável, custo competitivo de produção e potencial para operar em larga escala.
A demanda por hidrogênio verde em 2050
A pesquisa do BCG mostra que, em 2021, a demanda global por hidrogênio foi de cerca de 94 milhões de toneladas, sendo que a maioria foi produzida a partir de fontes fósseis, geralmente gás natural. No cenário de 2050, a demanda pelo combustível de baixo carbono chegará entre 350 e 530 milhões de toneladas anuais, conforme a consultoria.
Diante dessa perspectiva, os principais investimentos devem ser voltados à produção e transporte do hidrogênio verde. Para atingir as metas do Acordo de Paris, será necessário investir até 2030 algo em torno de US$ 300 a US$ 700 bilhões em infraestrutura.
O Brasil e sua vantagem competitiva
O Brasil é um dos países mais bem preparados para liderar o mercado de hidrogênio verde, segundo o BCG. Isso porque 85% da matriz energética no país é de fonte renovável, item essencial na produção desse combustível com baixo impacto ambiental, além de contar com fatores de elevada competitividade para a produção de energia solar e eólica.
Além disso, o Brasil tem um custo competitivo de produção, transporte atrativo para mercado de exportação e potencial para operar em larga escala. Projetos em diversos estados já têm recebido investimentos internacionais para iniciativas de H₂ verde, com foco no atendimento ao mercado externo e interno.
Os investimentos em infraestrutura e o retorno para investidores
O BCG aponta que os investimentos em infraestrutura chegaram a gerar um retorno de 7,36% durante o período de 2022, mesmo em um momento desafiador para a economia global, com aumento da inflação e implicações geopolíticas relacionadas à invasão da Ucrânia.
Atualmente, investidores têm ativos de US$ 1,1 trilhão nas áreas de energia, meio ambiente, transporte e logística, infraestrutura digital e social. Novas tecnologias e desafios sociais estimulam a busca pela infraestrutura do futuro, incentivando a indústria a se renovar desde já.
Estratégias importantes para investidores
Para investidores da indústria que buscam o sucesso com o hidrogênio verde, o BCG aponta quatro estratégias importantes. A primeira é buscar oportunidades em países com políticas de incentivo e mitigação de riscos do investimento, ou que planejem criar uma regulamentação robusta para o mercado de hidrogênio verde.
A segunda estratégia é obter parceiros experientes que contribuam para a gestão dos riscos associados ao investimento em projetos de baixo carbono.
A terceira é criar um portfólio de investimentos relacionados a hidrogênio verde que trabalhem em sinergia para gerar um melhor rendimento. Por fim, é importante avaliar criteriosamente os riscos adicionais nos projetos pioneiros, para garantir impulso inicial para um posicionamento futuro.
A importância do investimento em hidrogênio verde para a redução de emissões futuras
O investimento em hidrogênio verde é essencial para atingir as metas do Acordo de Paris e reduzir as emissões de gases de efeito estufa no mundo. A produção e o transporte do H₂ verde podem gerar empregos e fomentar a economia em diversos países. O Brasil, com sua vantagem competitiva na produção de energia renovável, pode se destacar nesse mercado e se tornar um importante exportador de hidrogênio verde para outros países.