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Magnata do petróleo trama estratégia audaciosa para recuperar prestígio e atrair a juventude para o setor

Harold Hamm, uma figura proeminente no setor de petróleo dos Estados Unidos, lidera esforços para atrair jovens profissionais para a indústria em meio a desafios climáticos e de recrutamento.

by Marcelo Santos
Magnata do petróleo trama estratégia audaciosa para recuperar prestígio e atrair a juventude para o setor

O magnata do petróleo Harold Hamm, conhecido por liderar a revolução do xisto que transformou os Estados Unidos no maior produtor de petróleo e gás do mundo, está agora focado em uma nova missão: atrair jovens talentos para a indústria de energia. À medida que as preocupações com o clima e as perspectivas de longo prazo afetam a atratividade do setor de petróleo e gás, Hamm e outros líderes do setor estão tomando medidas para enfrentar a queda no número de candidatos qualificados.

Matrículas em cursos de engenharia de petróleo caem nos EUA

O magnata do petróleo demonstrou seu compromisso com a próxima geração de profissionais ao doar impressionantes US$ 50 milhões para estabelecer o Hamm Institute for American Energy na Universidade Estadual de Oklahoma. Ele enfatiza a importância de continuar a explorar petróleo e gás, afirmando que o petróleo será necessário nos próximos 50 anos, enquanto o gás natural de “queima limpa” deve ser relevante por mais 100 a 150 anos.

O mundo testemunhou recentemente um acordo global para a “transição dos combustíveis fósseis” na conferência climática COP28 da ONU. Isso colocou pressão sobre o setor de petróleo e gás para se adaptar a uma realidade em mudança. A queda nas matrículas em cursos de engenharia de petróleo é um sintoma desse desafio. Segundo o professor Lloyd Heinze, da Texas Tech University, o número de matrículas caiu de 7.046 em 2019 para 3.911 no ano passado.

Iniciativas para atrair talentos

O Hamm Institute é apenas uma das várias iniciativas destinadas a melhorar a imagem do setor. Grandes empresas de petróleo, como ExxonMobil, Chevron, Shell e BP, estão investindo em doações para universidades, programas de empregos e bolsas de estudo para atrair jovens para a indústria. No entanto, as preocupações ambientais e a pressão pública sobre as mudanças climáticas têm levado algumas faculdades nos EUA e na Europa a retirar cursos focados em petróleo e gás de seus currículos.

Além da falta de interesse por parte dos estudantes, o setor de petróleo e gás enfrenta outra questão crítica: a escassez de mão de obra qualificada. Profissionais essenciais, como soldadores, trabalhadores de plataformas e operadores de equipamentos pesados, estão em falta. Essa carência já está impactando a produção e levando algumas empresas a não atingirem suas metas de contratação.

Uma mudança necessária

O problema da escassez de mão de obra qualificada não é exclusivo dos Estados Unidos; é um desafio global. No Reino Unido, onde o governo anunciou licenciamentos anuais para exploração de petróleo no Mar do Norte, também há preocupações com a falta de profissionais em áreas como perfuração e geociência.

O setor de petróleo e gás enfrenta uma mudança de paradigma à medida que a sociedade se torna mais consciente das questões climáticas. As empresas precisam reformular seus modelos de recrutamento e explorar novas oportunidades, como a captura e armazenamento de carbono. É necessário um planejamento de longo prazo e esforços para tornar a indústria tão atraente quanto a ciência da computação, alta tecnologia ou aeroespacial.

O magnata do petróleo acredita que o debate sobre combustíveis fósseis sofreu uma mudança nos últimos tempos, com um renovado foco na segurança energética após a invasão da Ucrânia pela Rússia. Esse desenvolvimento pode atrair mais estudantes para o setor, mostrando que a dependência contínua de energia é crucial mesmo em um mundo em transição.

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