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Inflação do Irã chega a 46,5%, uma das mais altas desde a Segunda Guerra Mundial, afirma Banco Central

Diversos países enfrentam crise da inflação após a pandemia, não apenas o Irã, como o Brasil, Argentina, Polônia...

by Daiane
Inflação do Irã chega a 46,5%, afirma Banco Central

No domingo, 26 de março, o Banco Central do Irã divulgou que a inflação anual está em 46,5%, porém não anunciou dados referentes ao último mês. Mesmo com a taxa oficial de inflação sendo geralmente menor, essa é uma das mais altas em mais de 30 anos no país. O banco apresentou o índice de preços do mês, que foi de 794,3, indicando uma inflação ponto a ponto de 64% em comparação ao período anterior, que foi de 484,6. Esse número foi registrado apenas duas vezes no Irã desde a Segunda Guerra Mundial.

O último relatório do Banco Central do Irã não incluiu a variação de preços de diferentes grupos de bens e serviços, considerado incomum. Além disso, o Centro Estatístico do Irã não divulgou o relatório de inflação do mês passado, o que tem sido sua função nos últimos quatro anos.

De acordo com o SCI, o motivo do atraso é a mudança do “ano base” de 1395 para 1400, que foi concluída em 20 de março de 2022. O ano base é usado para comparação em atividades comerciais e índices econômicos e financeiros, além de servir como ponto de partida para o crescimento e cálculo de transações financeiras

Sede do Banco Central do Irã em Teerã

De acordo com o Centro Estatístico do Irã, é necessário alterar o ano base em intervalos de tempo devido às mudanças na cesta de mercado. Com a desvalorização do rial, a taxa de inflação deverá atingir novos máximos nos próximos meses, afetando especialmente os preços dos alimentos, que dobraram ou triplicaram nos últimos 12 meses.

Embora a República Islâmica tenha lutado contra a alta inflação desde 2019, a inflação no último ano iraniano foi seriamente diferente dos anos anteriores. Em maio passado, o governo eliminou um subsídio anual à importação de alimentos de pelo menos US$ 10 bilhões, levando a fortes aumentos de preços. Os números oficiais mostram que a maioria dos itens alimentares teve uma inflação de preços superior a 50%.

A desvalorização da moeda local levou a um aumento dos preços das importações no mercado, impactando diretamente o poder de compra da população. O governo justificou o fim do subsídio alimentar como uma “cirurgia econômica”, no entanto, não apresentou outras soluções para controlar a inflação.

Como resultado, os preços dos alimentos aumentaram drasticamente, com alguns itens dobrando ou triplicando em poucas horas. De acordo com o Centro Estatístico do Irã (SCI), as massas estão 137% mais caras do que há 12 meses, enquanto os preços da carne subiram 76% e do leite, 80%.

O índice de inflação de alimentos e bebidas atingiu 87% em alguns meses, conforme relatado pelo SCI. Para controlar a inflação, o líder supremo Ali Khamenei e o presidente Ebrahim Raisi prometeram agir, embora tal promessa tenha sido feita em anos anteriores.

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