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Energia limpa em ação: saiba como a usina de hidrogênio verde da UFSC vai operar

UFSC inaugura a primeira usina de hidrogênio verde do estado, fruto de uma parceria entre Brasil e Alemanha.

by Marcelo Santos
Energia limpa em ação saiba como a usina de hidrogênio verde da UFSC vai operar

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) está celebrando seu novo marco na busca por um futuro com mais energia limpa: a inauguração da primeira usina de hidrogênio verde do estado. Este projeto, que é fruto de colaborações entre os governos do Brasil e da Alemanha, promete contribuir de maneira expressiva para objetivos ambientais cruciais, incluindo a descarbonização da Amazônia. A cerimônia de inauguração está agendada para a sexta-feira, às 10h30min, no Sapiens Parque, em Florianópolis.

Pesquisa pioneira em energia solar e inovação na produção de hidrogênio verde

A usina, localizada no Laboratório Fotovoltaica da UFSC, representa um ponto de convergência entre pesquisa pioneira em energia solar e inovação na produção de hidrogênio verde. Um dos diferenciais desta instalação é a disposição de placas fotovoltaicas não apenas no telhado, mas também nas paredes e fachadas do prédio, aumentando consideravelmente a produção de energia solar do laboratório. Esse esforço conjunto permite triplicar a capacidade de geração de energia solar na universidade.

Utilidades do hidrogênio verde

O hidrogênio verde, considerado o “combustível do futuro”, é produzido através da eletrólise da água, um processo que não emite dióxido de carbono (CO₂) e é alimentado por fontes de energia limpa, como a solar. O professor Ricardo Ruther, líder do projeto, ressalta a versatilidade desse combustível, que pode ser usado para a produção de energia elétrica, mobilidade elétrica, fabricação de fertilizantes e até como matéria-prima para combustíveis sintéticos, incluindo o querosene sintético utilizado na aviação.

Investimento alemão em usina de hidrogênio da UFSC

A iniciativa da UFSC foi incentivada pela parceria com o projeto H2Brasil, resultante da colaboração entre o Ministério de Minas e Energia do Brasil e a empresa alemã Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH. A história de pioneirismo da universidade na pesquisa de energia solar, sua principal fonte geradora de hidrogênio verde, tornou-a uma escolha natural para essa empreitada ambiciosa.

O projeto da usina de hidrogênio verde da UFSC recebeu um investimento de R$ 14 milhões. Uma característica notável desta instalação é sua autossuficiência energética. A água utilizada no processo é captada da chuva, enquanto a energia é gerada por meio de painéis solares no próprio prédio. Isso significa que a usina produzirá hidrogênio verde sem depender de insumos externos, tornando-a uma pioneira em autossuficiência energética.

Contribuição para a amazônia

A região amazônica, com suas áreas isoladas que ainda utilizam combustíveis fósseis, é um foco de interesse nesse projeto. A expectativa é que a experiência adquirida com a usina da UFSC seja replicada em centenas de mini-redes espalhadas na Amazônia, atendendo a demandas locais e contribuindo para a redução dos impactos ambientais.

A região amazônica tem sido um foco importante para a busca de soluções de energia limpa e descarbonização. No dia 4 de agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou um programa de extrema importância para a região amazônica e para o cenário global de combate às mudanças climáticas.

Energias da Amazônia

Batizado de “Energias da Amazônia“, o programa visa reduzir significativamente o uso de óleo diesel na produção de energia na região, abrindo caminho para fontes mais limpas e sustentáveis. Com um investimento robusto de R$ 5 bilhões, o programa ambicioso se propõe a diminuir o consumo de diesel em 70% até 2030, substituindo gradualmente essa geração por energia solar e hídrica.

O Norte do Brasil enfrenta desafios únicos em termos de abastecimento de energia devido à sua vasta área geográfica e à presença de comunidades isoladas. Segundo o Ministério de Minas e Energia, a região gasta cerca de R$ 12 bilhões anualmente para suprir os sistemas de geração isolados da Amazônia, que dependem de termelétricas movidas a óleo diesel. Esses sistemas são responsáveis por fornecer energia a 211 comunidades, atendendo a uma população de 3,1 milhões de pessoas.

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