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Demanda global por petróleo pode aumentar, indica Opep

Publicação mensal aponta o Brasil como um dos principais players de oferta do combustível ainda em 2023, e destaca atual contexto da economia

by Tiago Souza
A Opep estima que a demanda por petróleo continuará crescendo no mundo, mesmo em um cenário econômico ainda incerto.

A Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) divulgou nesta terça-feira, 12/9, em seu relatório mensal o balanço sobre a demanda de barris a nível global. Segundo o documento, que foi repercutido na imprensa, há atualmente a produção de 2,4 milhões de barris de petróleo/dia – o que, de acordo com a organização, representa um aumento na procura pelo combustível fóssil.

A publicação indica cenário de estabilidade no aumento da demanda mundial por petróleo, projetada em 2,2 milhões de barris diários. Haverá um aumento da procura por países integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em 100 mil barris em 2023 e 300 mil em 2024. Nações não-integrantes da Opep também registrarão alta na demanda por petróleo – 2,3 milhões de barris neste ano, e 2 milhões no ano seguinte.

Na visão da Opep, além do Brasil e dos Estados Unidos, Noruega, Guiana, China e Cazaquistão são os países com maiores contribuições no aumento de oferta ainda em 2023.

Essas estatísticas são fundamentais no atual contexto, após o anúncio de Rússia e Arábia Saudita no corte de produção de mais de 1 milhão de barris diários de petróleo até o final de 2023. Com cotação próxima aos US$ 90/barril, observa-se uma preocupação com as consequências da inflação, aumentando ainda mais os preços atuais.

A publicação da Opep relembra que os Estados Unidos enfrentam um período de pressão inflacionária na economia e na moeda norte-americana, o que pode afetar o preço de comércio do barril de petróleo. Em comparativo a outras moedas, o dólar recuou 1,5% em relação ao euro, em agosto, porém, a estatística indica uma recuperação frente ao iene e à libra 2,8% e 1,5%, respectivamente, durante o mesmo período.

Em relação ao ano de 2022, o dólar americano subiu 7,7% e 7,0% em relação ao euro e ao iene, respectivamente. Entretanto, há uma queda de 5,6% em relação à libra durante o mesmo período observado, prossegue o relatório.

Panorama brasileiro

No decorrer da publicação, o relatório da Opep faz ainda uma menção ao atual cenário econômico brasileiro. Conforme a publicação, a economia brasileira segue em um ritmo de expansão forte no 2º trimestre de 2023, em um crescimento de 3,3% ao ano, amparado pela força do setor agrícola, o consumo privado e o acúmulo de inventários.

Conforme o balanço, o trimestre analisado demonstra o avanço do setor de serviços e da produção industrial, acima de 1% na métrica utilizada como base. O documento pontua ainda que a evolução da economia do Brasil permite a queda na taxa de desemprego, que está em três meses seguidos de descenso.

Em uma visão global, a Opep afirma que o crescimento econômico registrado no primeiro semestre demonstra a resiliência do mercado, apesar de fatores socioeconômicos e conflitos geográficos. A tendência, é que, neste terceiro trimestre de 2023, o indicativo de alta prossiga – em especial, pelo aumento dos gastos dos consumidores no setor de serviços.

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