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Cúpula da Amazônia: exploração de petróleo e sustentabilidade entram em debate

Os chefes de Estado que participaram da Cúpula da Amazônia firmaram acordos em torno da sustentabilidade na região.

by Andriely Medeiros
Os chefes de Estado que participaram da Cúpula da Amazônia firmaram acordos em torno da sustentabilidade na região.

Líderes dos países que fazem parte da região da Amazônia, durante a Cúpula da Amazônia, que aconteceu na terça-feira, (8), chegaram a um acordo que não bloqueia a exploração de petróleo na região, mas destaca a importância do diálogo sobre sustentabilidade. A reunião trouxe à tona grandes debates em torno da exploração de combustíveis na região e os possíveis impactos ambientais. A complexidade das discussões ressalta o desafio de equilibrar o desenvolvimento econômico com a preservação da Amazônia.

Líderes amazônicos não bloqueiam exploração de petróleo na Cúpula da Amazônia

Os líderes amazônicos recentemente fecharam um acordo que chama a atenção para a exploração de petróleo na região da Amazônia, enquanto também abordam questões importantes de sustentabilidade. Durante a Cúpula da Amazônia, chefes de Estado de países com o bioma se reuniram para discutir o futuro da região, chegando a um entendimento complexo que merece atenção.

No cerne do acordo está a decisão de não bloquear novos projetos de exploração de petróleo na Amazônia. Apesar dos protestos de ONGs e movimentos socioambientais, o texto final da Declaração de Belém — nome dado ao documento resultante — não menciona a imposição de restrições à exploração de petróleo na Amazônia.

No entanto, surge uma perspectiva importante: a ideia de iniciar um diálogo sobre a sustentabilidade dos setores de mineração e hidrocarbonetos na região. A Declaração de Belém destaca o compromisso de evitar o ponto de não retorno da floresta amazônica. Busca-se limitar o desmatamento a cerca de 20% do bioma, impedindo um processo irreversível de savanização que ameaçaria a riqueza da floresta tropical.

Apesar dessa questão, o documento não estabelece metas específicas ou prazos concretos para a conservação florestal e a luta contra o desmatamento. Outro ponto importante da Cúpula da Amazônia foi a meta de desmatamento zero, defendida por Brasil e Colômbia, que não encontrou a espaço nas decisões da cúpula. 

As visões contrastantes dos governos da Colômbia e do Brasil, as duas maiores economias da América do Sul, criam um ambiente de complexidade e debate. Enquanto o presidente colombiano, Gustavo Petro, critica a exploração de combustíveis fósseis, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), demonstra interesse na exploração de petróleo na Foz do Amazonas.

Declaração da Amazônia apresenta propostas viáveis em torno da sustentabilidade na região

Apesar da exploração de petróleo na região da Amazônia não ter sido um ponto concluído durante a reunião da Cúpula da Amazônia, a declaração trouxe à tona algumas propostas com grande potencial no âmbito da sustentabilidade.  Uma das iniciativas notáveis é a criação de um painel técnico-científico inspirado no IPCC, que se concentrará em questões relacionadas ao clima e ao meio ambiente na Amazônia.

Além disso, um Observatório Regional Amazônico será estabelecido sob a égide da OTCA, promovendo o compartilhamento de informações em tempo real entre os países participantes. Para fortalecer a segurança e a cooperação na região, a declaração anuncia a criação do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia, situado em Manaus. Este centro terá como objetivo integrar esforços e inteligência policial para combater crimes na área, visando a proteção do ecossistema e dos habitantes da Amazônia.

Reforçando o respeito pelos direitos indígenas, a declaração reconhece o direito territorial das comunidades indígenas e a necessidade de serem consultadas sobre projetos que afetem suas terras. Dessa forma, a união dos líderes na Cúpula da Amazônia conseguiu firmar acordos que podem trazer fortes benefícios à sustentabilidade e o compromisso ambiental na região.

Após reunir todas as informações divulgadas até o momento, pode-se concluir que os chefes de Estado que participaram da Cúpula da Amazônia firmaram acordos em torno da sustentabilidade na região. Apesar disso, não houve bloqueio à exploração de petróleo previsto no acordo.

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