Durante uma reunião de investidores da empresa, o Walmart comunicou, na quarta-feira, 05 de abril, que antecipa que a inflação contínua afete negativamente seus negócios ao longo deste ano. Além disso, anunciou planos de demissão de milhares de funcionários. Estima-se que ocorra redução de vagas de emprego e as demissões cheguem a 65% dos funcionários para a automatização e uso de tecnologia para autoatendimento dos clientes.
O diretor financeiro John David Rainey afirmou que este ano poderá apresentar características excepcionais, devido aos efeitos contínuos dos preços elevados. Embora a inflação tenha recuado desde o pico de 9,1% atingido no verão passado, o indicador ainda se encontra em um patamar desconfortavelmente elevado, acarretando uma carga financeira persistente para milhões de domicílios americanos. A alta inflação afeta principalmente empresas de preços mais baixos, como a Walmart.
No mês passado, o Departamento do Trabalho divulgou que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou um aumento de 0,4% em fevereiro em relação ao mês anterior, e 6% anualmente – cerca de três vezes mais que a média pré-pandêmica. Além disso, os preços do núcleo superaram as expectativas, com um aumento de 0,5% em fevereiro.
A inflação intensa tem gerado fortes pressões financeiras para a maioria das famílias americanas, que estão sendo obrigadas a arcar com maiores despesas em necessidades básicas, como alimentos e aluguel. Essa carga é suportada de forma desproporcional pelos americanos de baixa renda, cujos já apertados salários são fortemente afetados pelas flutuações dos preços.
O Walmart relatou que os consumidores estão adicionando mais produtos de mercearia com margens de lucro menores em seus carrinhos, em vez de roupas e produtos domésticos com margens de lucro maiores, afetando diretamente na renda corporativa.
Na reunião de investidores da empresa realizada na quarta-feira, 05 de abril, o diretor financeiro John David Rainey expressou sua expectativa de que a inflação persistente continue a afetar seus negócios neste ano, enquanto se prepara para dispensar milhares de funcionários (65% dos trabalhadores norte-americanos).
Tais comentários surgem após a divulgação de que mais de dois terços das lojas do varejista serão atendidas por automação dentro de três anos. A empresa declarou que cerca de 55% do volume de seus centros de distribuição passarão por instalações automatizadas nesse período, a fim de reduzir os custos unitários médios em cerca de 20%.
A automação poderá aumentar a produtividade por pessoa, mantendo ou até ampliando o número de associados, à medida que novas funções são criadas. A decisão de demitir mais de 2.000 funcionários em cinco armazéns nos EUA que atendem a pedidos de sites foi descrita pela empresa em comunicado como uma medida que não foi “tomada de ânimo leve”, e a empresa afirmou estar “trabalhando em estreita colaboração com os associados afetados para ajudá-los a entender quais opções de carreira podem estar disponíveis em outros locais do Walmart”.
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