A ALD Bioenergia Deciolândia, localizada em Nova Marilândia (MT), está pronta para um grande passo em sua trajetória. Fundada em 2019 e operante desde janeiro de 2021, a usina se destaca por ser a primeira no Brasil a contar com produtores rurais entre seus sócios. Com um investimento planejado de R$ 900 milhões, equivalente a US$ 175 milhões, a ALD visa triplicar sua capacidade de produção de etanol de milho até 2026.
Crescimento e resultados
Atualmente, a ALD processa mil toneladas de milho diariamente. Com a expansão projetada, a usina pretende aumentar essa capacidade para 3 mil toneladas por dia. Atualmente, a produção anual alcança 150 milhões de litros de etanol e 103 mil toneladas de grãos secos de destilaria com solúveis (DDGS), um coproduto vital na nutrição animal.
No ano passado, a ALD alcançou um faturamento recorde de R$ 450 milhões, com 22% desse total provenientes da venda de DDGS. Além do etanol e do DDGS, a empresa expandiu suas operações para a produção de óleo de milho e construiu um armazém com capacidade para 80 mil toneladas.
Embora toda a produção seja atualmente destinada ao mercado interno, a ALD planeja expandir suas operações para exportar DDGS, alinhando-se ao crescimento do mercado global. O Brasil é o segundo maior produtor e exportador de DDGS no mundo, após os EUA, e a demanda internacional pelo produto continua em expansão.
O financiamento para a expansão virá de bancos de fomento, fundos e investimentos dos próprios sócios da usina. A decisão de ampliação foi aprovada recentemente em assembleia de acionistas. A ALD, que atualmente emprega 135 funcionários em três turnos, é uma usina totalmente sustentável. Utiliza biomassa de bagaço de cana, palha de arroz e cavaco de eucalipto para geração de energia, tratando a água residual para fertirrigação e transformando cinzas em biofertilizante.
Visão e contribuição regional da usina
A ALD surgiu como uma iniciativa de 24 produtores de cereais, que uniram suas áreas plantadas para criar uma indústria que valoriza a produção local de milho. Com sede estratégica na Chapada dos Parecis, a usina aproveita a abundância de matéria-prima na região Centro-Oeste do Brasil, facilitando o acesso logístico aos mercados Norte e Nordeste do país.
Desde 2022, a ALD participa do programa RenovaBio, contribuindo significativamente para a redução de emissões de carbono. Recentemente, a usina obteve recertificação para aumentar em 28,5% sua produção de Créditos de Descarbonização (CBios), reforçando seu compromisso com a sustentabilidade ambiental e o desenvolvimento econômico regional.
Influências econômicas e sociais do investimento na usina
A expansão planejada pela ALD Bioenergia Deciolândia não apenas visa aumentar sua capacidade produtiva, mas também promover um impacto econômico positivo na região. Com a ampliação da usina, espera-se a geração de mais empregos diretos e indiretos, além de estimular a economia local através do aumento na demanda por serviços e insumos. Os produtores associados à ALD, que atualmente cultivam 120 mil hectares, também deverão se beneficiar com a maior demanda por milho, fortalecendo ainda mais a agricultura regional.
Desafios e perspectivas futuras
Apesar dos planos ambiciosos, a ALD enfrentará desafios no caminho para sua expansão. Entre eles estão questões regulatórias, ambientais e logísticas que precisam ser cuidadosamente gerenciadas para garantir o sucesso do projeto. Além disso, a empresa está atenta às flutuações nos mercados de commodities agrícolas e energéticas, que podem impactar os custos de produção e os preços de venda. No entanto, com uma estratégia robusta e o apoio de seus sócios e stakeholders, a ALD está confiante em seu potencial de crescimento sustentável a longo prazo.
A ALD continua comprometida com práticas industriais sustentáveis e inovação tecnológica. Além das medidas já adotadas para reduzir sua pegada de carbono, a empresa planeja investir em pesquisa e desenvolvimento para melhorar ainda mais sua eficiência energética e reduzir impactos ambientais. Com um foco claro em sustentabilidade, a ALD busca não apenas atender às exigências regulatórias, mas também se posicionar como um líder em responsabilidade ambiental dentro do setor de biocombustíveis.
Esses esforços não só fortalecem a posição da ALD no mercado nacional como também contribuem para a agenda global de sustentabilidade, promovendo um modelo de negócios que equilibra crescimento econômico com responsabilidade ambiental.