A fonte eólica, que utiliza a força dos ventos para a produção de energia, já é muito utilizada no Brasil. A presença de Turbinas eólicas offshore, entretanto, não é a única maneira de geração de energia eólica. Também é possível colocá-las no mar, gerando assim a famosa energia eólica offshore.
Brasil poderá gerar 700 GW com turbinas eólicas offshore
Globalmente, a estimativa é que 260 GW possam ser gerados até 2030, elevando o total global de instalações eólicas offshore para 316 GW ao final desta década. Para que isso seja possível, estão previstos investimentos no valor de US$ 1 trilhão. Os números globais ainda não chegaram ao Brasil, cujo aproveitamento em energia eólica offshore, de aproximadamente 700 GW, segue inexplorado.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) mapeou uma faixa costeira e identificou as regiões com maiores oportunidades de exploração. No Nordeste, é observada uma grande área de viabilidade na costa entre o estado do Piauí, do Ceará e do Rio Grande do Norte. Também há uma área de grande interesse no Sudeste, entre os estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo.
Já na Região Sul, é possível observar uma área no estado do Rio Grande do Sul, na Lagoa dos Patos. Uma das vantagens de apostar no setor está em auxiliar o país no cumprimento das metas definidas pelo Acordo de Paris. O Brasil se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% até 2025 e em 50% até 2030, tendo como base as emissões de 2005. Além disso, no último ano, o país se comprometeu a alcançar emissões líquidas neutras até 2050.
Setor de energia eólica offshore criará milhões de empregos
Há também a expectativa de que o setor de energia eólica offshore e onshore empregue cerca de 2,2 milhões de pessoas até 2030 e mais 2,1 milhões até 2050 no mundo, segundo a Agência Internacional de Energias Renováveis.
O conhecimento desenvolvido sobre energias limpas, a extensa costa e a localização privilegiada para acessar os mercados com as maiores demandas para importação do hidrogênio podem colocar o Brasil como um forte competidor na geração de energia eólica offshore. Essa modalidade, inclusive, integra a estratégia da CNI para uma economia de baixo carbono e impulsioná-la é uma das prioridades do Plano de Retomada da Indústria, apresentado pela Confederação ao governo federal neste ano.
Sendo uma realidade na Europa, Ásia e América do Norte, as turbinas eólicas offshore começaram a dar seus primeiros passos no Brasil, com pedidos de licenciamento no Ibama. Até 30 de agosto deste ano, o órgão ambiental contabilizava 78 pedidos de licenciamento, somando 189 GW de potência instalada, quase a capacidade total de energia já instalada centralizada no Brasil e conectada ao Sistema Interligado Nacional, que é de 194 GW.
Energia eólica offshore pode alavancar economia e retomar a industrialização
A capacidade de exploração e as principais barreiras para o desenvolvimento de projetos com turbinas eólicas offshore constam do estudo elaborado pela CNI chamado de:
“Oportunidades e desafios para geração eólica offshore no Brasil e a produção de hidrogênio de baixo carbono”. Para a entidade, o fortalecimento dessa cadeia de valor no Brasil pode alavancar a economia e facilitar a retomada da industrialização.
Além de disponibilizar uma fonte de energia limpa e renovável, o setor pode atrair empregos e investimento, estimular o desenvolvimento tecnológico e científico e apoiar a promoção do hidrogênio de baixo carbono no Brasil. Uma das questões abordadas pelo estudo é como o setor elétrico absorverá toda a expectativa de desenvolvimento e expansão de geração energética. Desta forma, o hidrogênio verde surge como um caminho.