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Relatório aponta que serão necessários quase 600 mil técnicos para trabalhar no mercado de energia eólica

Crescimento acelerado do mercado de energia eólica intensifica a busca por técnicos especializados e expande as vagas de emprego no setor.

by Marcelo Santos
Relatório aponta que serão necessários quase 600 mil técnicos para trabalhar no mercado de energia eólica

A indústria de energia eólica está em pleno crescimento e evolução, e com ela surge a necessidade de mão de obra especializada, evidenciando a criação de vagas de emprego e a busca por profissionais capacitados. Um recente relatório do Conselho Global de Energia Eólica (GWEC) projeta que, até 2027, serão necessários cerca de 574,2 mil técnicos especializados em todo o mundo para apoiar a expansão desta fonte de energia limpa.

Demanda por especialistas eólicos aumenta globalmente

O relatório do GWEC aponta que mais de 80% das vagas de emprego abertas para técnicos ocorrerá em dez países: Austrália, Brasil, China, Colômbia, Egito, Índia, Japão, Quênia, Coreia do Sul e Estados Unidos. No Brasil, especificamente, a demanda prevista é de 12,3 mil técnicos. Até o final de 2027, a capacidade global de energia eólica deverá alcançar aproximadamente 1,5 terawatts (TW), mais do que o dobro do nível anterior à pandemia de Covid-19.

Crescimento alavancado pela energia eólica offshore

Um dos aspectos mais notáveis destacados no relatório é o rápido crescimento do mercado eólico offshore, que está impulsionando a demanda por técnicos. O GWEC prevê um aumento de 17% no número de técnicos eólicos necessários para comércio e indústria, bem como operação e manutenção entre 2023 e 2027. Isso se traduz em uma necessidade adicional de 84,6 mil técnicos para apoiar a expansão da energia eólica, juntamente com mais 159,2 mil pessoas para substituir aqueles que deixarão naturalmente a indústria no período analisado.

O papel vital da energia eólica onshore e offshore

Para atender a essa demanda crescente, a indústria precisará aumentar o número de técnicos em uma média de 48,8 mil por ano, de 2023 a 2027. Surpreendentemente, quase 43% desses técnicos serão novatos na indústria. Ben Backwell, CEO da GWEC, enfatiza a importância de uma força de trabalho qualificada e destaca que “uma força de trabalho forte e uma cadeia de abastecimento saudável serão cruciais para o crescimento colossal da capacidade eólica nesta década.”

O relatório do GWEC observa que o número de vagas de emprego abertas para especialistas eólicos crescerá mais rapidamente na indústria offshore, com um aumento previsto de 79% em 2027 em relação a 2022. No entanto, a maioria esmagadora, cerca de 87% dos técnicos, continuará trabalhando onshore, principalmente no segmento de operação e gestão.

Energias renováveis em ascensão

A indústria de energias renováveis não se limita à energia eólica. Um levantamento da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena) revela que a indústria de renováveis criou um milhão de novas vagas de emprego no ano passado, totalizando 13,7 milhões de trabalhadores ativos em todo o mundo. Isso inclui energia solar, hidrelétrica, biocombustíveis e, é claro, energia eólica.

A energia solar fotovoltaica se destaca como a maior empregadora em 2022, com 4,9 milhões de empregos, representando mais de um terço da força de trabalho total no setor de energias renováveis. Geração hidrelétrica e biocombustíveis mantiveram números estáveis em relação a 2021, com cerca de 2,5 milhões de empregos cada, enquanto a energia eólica registrou 1,4 milhão de vagas de emprego.

Uma tendência de crescimento sustentável

O relatório da Irena também destaca o crescimento constante do setor de energias renováveis ao longo dos anos. Em 2021, 12,7 milhões de pessoas trabalharam diretamente com energias renováveis em todo o mundo, um aumento significativo em comparação com os 7,3 milhões de empregados no setor em 2012. Desde então, quase um milhão de novas vagas de emprego foram criadas na área de energia renovável.

A Ásia continua a liderar quando se trata de empregos em energia renovável, com quase dois terços de todos os empregos no setor. A China se destaca com 42% do total, seguida pela União Europeia e o Brasil, ambos com 10%. Índia e Estados Unidos contribuem com 7% cada para essa equação. Além disso, o Brasil é responsável por 7,5% dos empregos na área de energia hidrelétrica em todo o mundo.

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