A Vallourec, através da sua unidade florestal de Pompéu, Minas Gerais, deu início às operações da sua mais nova planta industrial destinada à produção de carvão vegetal. Esta planta utiliza a tecnologia Carboval, oriunda das florestas renováveis de eucalipto da própria empresa. A implementação desta tecnologia promete transformar a produção de carvão vegetal, trazendo maior eficiência e sustentabilidade ao processo.
Tecnologia Carboval: revolução na produção da Vallourec
De acordo com a Vallourec, o processo com a tecnologia Carboval reduz o ciclo de transformação da matéria-prima de 16 dias para apenas 16 horas. Além disso, a tecnologia não libera metano e aproveita cerca de 95% da energia contida na madeira. Esta inovação não só aumenta a eficiência, mas também contribui significativamente para a sustentabilidade ambiental.
A Vallourec investiu aproximadamente R$ 90 milhões na nova planta. A previsão é que três novos reatores sejam inaugurados ainda este ano, ampliando a capacidade de produção. O primeiro equipamento com tecnologia Carboval foi implementado na unidade Florestal da Vallourec em Paraopeba, Minas Gerais, demonstrando o compromisso da empresa com a inovação e a sustentabilidade.
Potencial da tecnologia Carboval
Segundo Bertrand Frischmann, diretor de operações das Américas da Vallourec, a tecnologia Carboval é exclusiva e patenteada pela empresa. “A Carboval tem grande potencial para revolucionar o setor de energia, contribuindo com os desafios de redução das emissões de gases de efeito estufa do grupo”, afirma Frischmann.
A tecnologia funciona por meio de um reator vertical que carboniza a madeira, transformando-a em carvão vegetal. Cada reator Carboval pode substituir sete fornos de alvenaria, tornando o processo mais automatizado, seguro e sustentável. Além disso, a produtividade é significativamente aumentada.
Em apenas 16 horas, cada reator Carboval é capaz de produzir até 22 toneladas de carvão vegetal de alta qualidade. Comparado aos fornos retangulares convencionais, o carvão produzido tem um teor de carbono fixo que pode chegar a níveis de 85%, o que é ideal para reações químicas na siderurgia.
André Dezanet, gerente geral da unidade Florestal da Vallourec, destaca que os fornos de alvenaria atingiram seu limite tecnológico e de sustentabilidade. “A Carboval utiliza, de maneira mais inteligente, a energia presente em cada árvore. Além da vantagem tecnológica, a Carboval permite utilizar todos os coprodutos da carbonização”, explica Dezanet.
Cogeração de energia elétrica
Dezanet também menciona a possibilidade de utilizar os coprodutos da carbonização para a cogeração de energia elétrica. “Se forem acoplados a uma termoelétrica, dez reatores Carboval podem gerar energia elétrica capaz de abastecer cerca de duas mil residências, além de produzir um carvão com as especificações técnicas ideais para a siderurgia”, completa.
Além do carvão vegetal, o processo de carbonização com a tecnologia Carboval gera outros produtos de alto valor, como o bio-óleo e o extrato pirolenhoso. O bio-óleo é utilizado principalmente nas indústrias de combustíveis, química e alimentícia. O extrato pirolenhoso, por sua vez, é utilizado na agroindústria como herbicida orgânico e para deixar o solo com as condições ideais.
Vallourec atendendo a novos mercados
Com a implementação da tecnologia Carboval, a Vallourec está preparada para atender à crescente demanda por produtos sustentáveis. “Atenderemos à demanda crescente por esses produtos, em um mercado em transformação, que busca alternativas sustentáveis para substituição de elementos de origem fóssil na trilha das reduções dos gases de efeito estufa”, afirma Dezanet.
Além das inovações tecnológicas, a Vallourec reafirma seu compromisso com práticas sustentáveis e a preservação do meio ambiente. A empresa investe continuamente em pesquisa e desenvolvimento para aprimorar suas operações e minimizar impactos ambientais. A tecnologia Carboval é um exemplo claro dessa estratégia, mostrando que é possível alinhar crescimento econômico com responsabilidade ambiental. A Vallourec espera que outras indústrias sigam este exemplo, adotando tecnologias limpas e eficientes para um futuro mais sustentável.
