Com um clima ensolarado durante todo o ano e ventos constantes da classe 1, o Litoral do Piauí emerge como um local favorável para a instalação de usinas de energia eólica e a produção de hidrogênio verde, considerado o “combustível do futuro”. Essa combinação única de fatores naturais coloca o estado em destaque na busca por fontes de energia limpa e sustentável.
A jornada eólica do Piauí
O vento que dá vida ao kitesurf nas praias do litoral piauiense não atrai apenas entusiastas desse esporte, mas também desperta o interesse da indústria de energia eólica. O primeiro projeto de geração de energia eólica no Piauí foi instalado em 2009, e desde então, o estado tem avançado nessa área. Atualmente, o Piauí produz 18 megawatts de energia eólica.
Márcio Leal, superintendente da Usina Eólica Pedra do Sal, ressalta a importância desse avanço: “O mundo demanda novas fontes de energia que não causem impacto no meio ambiente e desacelerem a emissão de CO₂ na atmosfera. Aqui no Piauí, especificamente em Parnaíba, nós temos água, energia e agora vamos ter um porto para poder exportar essa produção.”
O contrato de atuação dessa empresa tem duração de 20 anos, e seus aerogeradores são da mais moderna tecnologia alemã. Essa energia limpa gerada impulsionará a produção de hidrogênio verde.
Os recursos naturais do Piauí a favor do hidrogênio verde
O Piauí se destaca por ser detentor do terceiro maior lençol freático do Brasil, oferecendo um recurso adicional para a produção sustentável de hidrogênio verde. O processo de produção desse combustível do futuro envolve a utilização de energia limpa, como a eólica, para separar as moléculas de hidrogênio de outras substâncias.
Daniel Oliveira, secretário estadual do meio ambiente, destaca o compromisso do estado em equilibrar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental. Todos os projetos passaram por estudos de impacto ambiental para garantir que a exploração responsável dos recursos naturais seja priorizada.
O caminho para a sustentabilidade e geração de hidrogênio verde
Essa transformação rumo à produção de hidrogênio verde também implica na geração de conhecimento, desenvolvimento de novas tecnologias e a necessidade de mão de obra especializada. João Paulo Macêdo, reitor da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar), enfatiza a importância da educação e da capacitação para acompanhar essa evolução:
“Certamente esse conjunto de investimentos vai exigir da gente uma pactuação junto ao Ministério da Educação, articulado com o governo do estado e toda a bancada federal, para que a gente possa consolidar os nossos cursos atuais e ampliar a nossa capacidade de oferta sintonizada com as perspectivas futuras que temos aqui para a região.”
O combustível do futuro
O hidrogênio é o elemento químico mais abundante do planeta, mas está geralmente ligado a outros elementos, como o oxigênio, na forma de água, ou ao carbono, na forma de hidrocarbonetos, como gás, carvão e petróleo. Para ser usado como combustível, ele precisa ser separado de outras moléculas.
O hidrogênio verde é obtido a partir da quebra de moléculas que contenham H2 na composição, diferentemente do hidrogênio cinza, amplamente utilizado na indústria petroquímica, que utiliza fontes fósseis, principalmente o gás natural.
Na modalidade sustentável, o hidrogênio verde é produzido a partir de matérias-primas renováveis, como etanol, biogás e vinhaça, um resíduo das usinas canavieiras.
O Piauí se posiciona como um pioneiro na produção de hidrogênio verde, alinhando-se com os objetivos globais de redução de emissões de carbono e avançando em direção a um futuro mais limpo e sustentável. Com uma abordagem cuidadosa para o desenvolvimento desses recursos naturais, o estado está se consolidando como um polo de energia limpa e hidrogênio sustentável.
