Os Emirados Árabes Unidos, país anfitrião da Conferência Anual da ONU sobre o Clima (COP28), enfrentam desafios significativos no caminho para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa. Enquanto a nação depende fortemente dos hidrocarbonetos como o petróleo e gás para sua prosperidade, recentes compromissos climáticos levantam questões sobre o futuro ambiental dos EAU.
Com uma população de apenas nove milhões de habitantes, os Emirados Árabes Unidos surpreendem o mundo ao emitirem 237 milhões de toneladas de CO₂ em 2021, segundo dados oficiais. Isso se traduz em uma impressionante média de 25 toneladas de CO₂ por habitante, uma quantidade consideravelmente alta quando comparada a países como a Espanha, que emitiu 305 milhões de toneladas de CO₂ com seus 47 milhões de habitantes.
Essas emissões refletem a economia e o estilo de vida da nação, ainda profundamente enraizados na combustão de petróleo e gás. Os arranha-céus reluzentes no deserto e o uso generalizado de ar-condicionado são algumas das atividades que consomem muita energia e contribuem para essa pegada de carbono substancial.
A eletricidade nos Emirados é, na maioria, produzida a partir da queima de gás (82,5% em 2022), contribuindo para mais emissões de CO₂. Enquanto isso, a energia solar representa apenas 5% da matriz energética, com a energia nuclear, em expansão, contribuindo com 13%, conforme a consultoria especializada Ember.
Em julho, os Emirados Árabes Unidos apresentaram um novo plano climático que se alinha com o objetivo de muitos países de triplicar a produção de energia renovável até 2030. O governo inaugurou recentemente seu primeiro parque eólico e a central solar Al Dhafra, uma das maiores do mundo.
Além disso, anunciaram planos para reduzir as emissões em diversos setores, incluindo indústria e transporte, com um foco especial em veículos elétricos.
A organização Climate Action Tracker (CAT) classificou a estratégia global dos EAU como “altamente insuficiente”. Uma das principais razões para essas críticas é a estimativa de que as emissões dos Emirados continuarão a aumentar até 2030, com o gás mantendo sua posição relevante até 2050, enquanto a meta de emissões líquidas zero em 2050 permanece pouco clara.
Os Emirados destacam a diversificação de sua economia ao longo das décadas, reduzindo a dependência do petróleo e gás, que agora representa cerca de 30% do PIB, em comparação com os 42% da Arábia Saudita, seu vizinho.
Os Emirados Árabes Unidos são o sétimo maior produtor de petróleo do mundo, principalmente por meio da empresa nacional Abu Dhabi National Oil Company (Adnoc). A Adnoc planeja investir 150 bilhões de dólares entre 2023 e 2027 para aumentar sua capacidade de produção de hidrocarbonetos.
No entanto, a nomeação de Sultan Al Jaber, que também dirige a empresa de energia renovável Masdar, como presidente da COP28, levanta preocupações sobre possíveis conflitos de interesse. Al Jaber argumenta que o petróleo produzido pelos EAU é mais barato e tem menor impacto em termos de emissões devido à extração mais simples.
Al Jaber também afirma que a Adnoc está aumentando apenas a capacidade de extração, não a produção de petróleo em si, preparando-se para satisfazer a demanda futura com um tipo de petróleo aprimorado. Segundo ele, a transição completa para energias renováveis só será viável quando estas puderem substituir os combustíveis fósseis de maneira eficaz.
Paralelamente, os Emirados apoiam a captura e armazenamento de carbono (CAC), técnicas que ainda enfrentam desafios para armazenar as grandes quantidades de CO₂ necessárias para cumprir as metas climáticas.
Segundo a ONG Global Witness, as emissões totais da Adnoc, incluindo aquelas geradas pela combustão dos hidrocarbonetos exportados, continuarão a aumentar até 2030, atingindo 684 milhões de toneladas de CO₂, o triplo das emissões territoriais atuais dos Emirados.
Os Emirados Árabes Unidos enfrentam um equilíbrio delicado entre sua dependência histórica nos hidrocarbonetos e os compromissos crescentes com a transição para fontes de energia mais limpas. A COP28 oferece uma plataforma crucial para discutir essas questões e buscar soluções que possam orientar o país em direção a um futuro mais sustentável.
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