Home INDÚSTRIA Petroleiros criticam investimentos da Petrobras na construção de plataformas FPSO no exterior e a acusam de exportar muitas vagas de emprego

Petroleiros criticam investimentos da Petrobras na construção de plataformas FPSO no exterior e a acusam de exportar muitas vagas de emprego

Os constantes investimentos e, principalmente, prejuízos da estatal Petrobras na construção de plataformas FPSO no exterior estão causando insatisfação nos órgãos de óleo e gás no Brasil, como a FUP e a Ineep.

by Redação Petrosolgas

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) estão acusando a companhia estatal Petrobras de impactar negativamente o setor de óleo e gás brasileiro com os investimentos internacionais na construção de plataformas FPSO. Isso, pois os projetos vêm causando dois grandes impactos no mercado brasileiro: os prejuízos financeiros à estatal e a exportação de oportunidades de emprego do Brasil para a Ásia.

Petrobras vem sofrendo fortes prejuízos com o desenvolvimento de projetos de construção de plataformas FPSO no exterior e impacta mercado nacional, alerta FUP

Embora a Petrobras esteja fazendo esses investimentos com o intuito de expandir a sua presença no mercado internacional de combustíveis, os projetos de construção de plataformas FPSO no exterior vêm causando prejuízos à estatal. E os órgãos brasileiros do setor alertam quanto aos impactos no mercado nacional.

O principal ponto levantado no assunto é o prejuízo financeiro para o desenvolvimento desses projetos, apontado pela FUP em crítica à estatal.

Um bom exemplo disso, afirma a FUP, foi a construção da P-53, em Cingapura, uma vez que o heliponto da plataforma foi construído errado, mais baixo, colocando em risco os pousos dos helicópteros. Além disso, a necessidade de alterações no plano de construção fez com que a Petrobras estivesse alugando embarcações pagando mais de US$ 90 mil por dia e tivesse um grande prejuízo financeiro.

Dessa forma, os investimentos para essas plataformas, em meio a tantos problemas durante o plano de obras, vêm sendo um grande alvo de críticas. Além disso, a FUP alertou para os impactos negativos da próxima operação da Petrobras, que irá colocar 14 plataformas para operar nas bacias de Campos e Santos e dez delas já estão com suas obras contratadas no exterior.

Segundo a federação, a construção das plataformas FPSO em territórios estrangeiros, principalmente em países do continente asiático. Onde predominam os projetos da empresa, acaba causando um déficit de empregos no Brasil, ao passo onde as oportunidades são exportadas para o exterior.

Ineep aponta para impactos da exportação de oportunidades de emprego nos projetos das plataformas FPSO da estatal para os próximos anos

Assim como foi apontado pela FUP, o Ineep também alertou para a falta de oportunidades de emprego no Brasil enquanto a Petrobras exporta esses cargos para o território estrangeiro. Os dados do Ineep mostram que a cada bilhão de investimento na construção de plataforma gera 26,3 mil empregos.

Um exemplo disso é o FPSO Maria Quitéria, com investimento estimado de R$ 5,6 bilhões, deve gerar 148 mil empregos. Mas na Ásia, tirando do território nacional centenas de milhares de empregos que poderiam contribuir para a economia brasileira.

Além disso, o Ineep também afirmou que as dez plataformas FPSO já contratadas pela Petrobras no território asiático já somam mais de um milhão de oportunidades de empregos que poderiam ser oferecidas em território nacional.

Assim, o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, comentou: “Se todas essas plataformas tiverem um investimento similar ao do FPSO Maria Quitéria, a exportação total de empregos será de 1,47 milhão de trabalhadores”.

Já no Brasil, o setor naval sofre um déficit de empregabilidade e os estaleiros brasileiros empregam hoje cerca de 21,4 mil trabalhadores. Um número muito baixo quando comparado com os 82,4 mil empregados em 2014, comprovando a necessidade de projetos que incentivem a empregabilidade nacional e não a exportação das oportunidades.

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