A CNOOC arrematou, nesta quarta-feira 21, em leilão, uma carga de 500 mil barris de petróleo da União, oriunda do contrato de partilha de produção do campo de Sépia, no pré-sal da Bacia de Santos. Segundo a Pré-Sal Petróleo S.A (PPSA), a carga estará disponível para carregamento já no mês de abril.
É a primeira vez que a CNOOC adquire barris de petróleo da União
É a primeira vez que a CNOOC adquire uma carga de barris de petróleo da União. A chinesa participa dos contratos de partilha de Búzios, Libra, Pau-Brasil, Alto de Cabo Frio Oeste. Também pela primeira vez, a PPSA vendeu cargas com base no preço do Brent. Até então, as vendas eram realizadas com base no preço de referência estabelecido pela Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP).
Todas as empresas que já atuam no pré-sal foram convidadas para participar, além da PRIO e da Refinaria de Mataripe. Cinco delas enviaram propostas, sendo elas a CNOOC, Galp, Refinaria de Mataripe, Petrobras e Equinor. Vale mencionar que a Petrobras e Galp foram vencedoras de duas cargas de barris de petróleo de Sépia, vendidas, respectivamente, em agosto de 2022 e julho de 2023.
No último ano, a PPSA arrecadou um valor recorde de R$ 6,02 bilhões na venda de gás natural e petróleo, 28% maior que os R$ 4,71 bilhões registrados no ano anterior. Este crescimento foi alavancado pelo aumento da produção nos contratos de partilha do pré-sal e também dos preços do petróleo no mercado internacional.
Mudança na venda de barris de petróleo pode indicar uma nova abordagem de negociações
Ao longo do último ano, a PPSA entregou 33 cargas de barris de petróleo da União, sendo 11 a mais que 2022, totalizando 16,32 milhões de barris. Desse total, 22 cargas foram provenientes do Campo de Mero, quatro de Búzios, duas de Tupi, duas de Entorno de Sapinhoá, duas de Atapu e uma de Sépia.
Em dez anos, a produção acumulada pode alcançar 6,5 bilhões de barris, sendo 1,3 bilhão de barris destinados à União até 2033, segundo estimativas da PPSA detalhadas na apresentação de Tabita Loureiro durante o 6º Fórum Técnico da PPSA.
Voltando à recente compra de barris de petróleo da CNOOC, especialistas do setor afirmam que essa mudança de estratégia de cotação do petróleo tipo Brent, pode indicar uma nova abordagem nas negociações envolvendo lotes de petróleo, oferecendo maior transparência e competitividade ao mercado. A participação da CNOOC na compra da carga da União também reflete a crescente presença e interesse de empresas estrangeiras no mercado de petróleo brasileiro.
CNOOC também investirá em energias renováveis
A CNOOC está traçando planos ambiciosos para os próximos anos e, além de ampliar suas operações de exploração de gás natural, a empresa tem como objetivo reforçar suas reservas de hidrocarbonetos e ampliar a produção de petróleo e gás para atender à crescente demanda por energia.
Além disso, a empresa foca em sua transição para energias renováveis e de baixo carbono, como energia eólica offshore, como parte de sua estratégia de desenvolvimento empresarial deste ano.
O resumo da estratégia de negócios e plano de desenvolvimento da empresa para este ano mostra sua determinação em continuar ampliando as reservas e a produção. Para tanto, a meta de produção líquida da empresa é de 700 milhões a 720 milhões de barris de óleo equivalente em 2024, com a produção da China e do exterior representando cerca de 69% e 31% respectivamente.