Com as chuvas reabastecendo as barragens e a crescente frota de energia eólica, o Brasil está desligando suas termelétricas
Os parques eólicos brasileiros estão fornecendo a mesma quantidade de eletricidade que as usinas térmicas, e o rápido crescimento os coloca no caminho de ser a segunda maior fonte de energia do país depois da hidrelétrica, segundo os últimos números.
Segundo os dados mais recentes da Brazil Power Câmara de Comércio Exterior (CCEE), em maio os parques eólicos e as usinas termelétricas de combustíveis fósseis responderam por cerca de 8% da oferta à rede. A energia hidrelétrica representou 76% da oferta total, enquanto a biomassa e a energia solar fotovoltaica representaram 6% e 1%, respectivamente.
Apenas alguns anos atrás, a geração termelétrica representava 15% a 20% da oferta. O aumento vem como a capacidade instalada do vento atingiu 15GW em maio, um aumento de 15% em relação a 13,1GW no ano anterior. Fortes recursos eólicos e a contínua construção de novas capacidades contratadas nos concursos nos anos anteriores estão por trás do crescimento.
A CCEE disse que a 594 parques eólicos em operação geraram 6,4% a mais de energia na comparação ano a ano. Como as usinas hidrelétricas também aumentaram a produção depois que os reservatórios foram reabastecidos por chuvas pesadas e fora de época, a produção de energia elétrica térmica foi reduzida em 16% na mesma comparação.
Em termos de capacidade instalada, a termogênica responde por 24% do PIB do Brasil e por 9% do vento. Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), a capacidade eólica no Brasil continuará crescendo. Projeções indicam que até o final de 2019 serão adicionados outros 800MW, e em 2023 a base eólica total do Brasil chegará a 19,9MW.