A cidade de Santa Luzia, localizada no sertão paraibano, é palco de um dos maiores projetos de energia solar do mundo. Desde abril, o complexo solar da cidade, que leva o mesmo nome, está em operação, representando um marco na geração de energia sustentável no Brasil. Com 3,5 milhões de painéis solares instalados, o empreendimento já está revolucionando a matriz energética da Paraíba e promete avanços ainda maiores quando finalizado.
Investimentos e capacidade de geração do complexo solar
O complexo solar de Santa Luzia tem um custo estimado de R$ 6 bilhões, dos quais R$ 1,28 bilhão já foram investidos ao longo dos últimos dois anos. Quando concluído, o complexo terá uma capacidade instalada de 2,4 GW, suficiente para abastecer mais de 95% da demanda energética da Paraíba. Esse volume de energia também pode ser direcionado para outras regiões do Brasil, graças à conexão com o Sistema Integrado Nacional (SIN).
A importância deste empreendimento não se limita ao volume de energia gerada. A subestação da Neoenergia, com capacidade de 500 kV, localizada próxima ao complexo, desempenha um papel crucial ao facilitar a integração das usinas ao SIN, garantindo que a energia gerada possa ser distribuída de maneira eficiente e segura.
Dimensão do complexo solar e tecnologias empregadas
O parque solar de Santa Luzia cobre uma área equivalente a quase 4 mil campos de futebol, segundo Edmond Farhat, presidente e CEO da Rio Alto Energias Renováveis, empresa responsável pelo projeto. Com 5 mil hectares, dos quais 3 mil são destinados aos módulos solares, o complexo abriga um total de 42 usinas.
A primeira fase do empreendimento inclui 21 usinas, das quais cinco já estão em operação, com uma produção total de 58 MWp. Para maximizar a eficiência, foram instalados trackers, dispositivos que acompanham o movimento do sol, aumentando a captação de energia solar.
Farhat compara o complexo de Santa Luzia ao parque solar de Coremas, também localizado na Paraíba, que possui 312 MW de potência instalada. Embora o parque de Coremas seja considerado um dos maiores do mundo, ele ocupa apenas 10% da área do complexo de Santa Luzia, evidenciando a grandiosidade do novo empreendimento.
Escolha da localização e impacto econômico no estado
A escolha de Santa Luzia como sede do complexo solar não foi aleatória. A cidade possui um dos maiores índices de radiação solar do mundo, fator crucial para a eficiência na geração de energia solar. A proximidade com uma subestação de alta capacidade foi determinante para a escolha do local, facilitando a conexão ao SIN. Atualmente, a Paraíba é o décimo maior produtor de energia solar do Brasil. No entanto, com a conclusão do complexo de Santa Luzia, o estado deverá figurar entre os cinco maiores produtores nacionais, conforme projetado por Farhat.
O impacto do complexo solar de Santa Luzia vai além da geração de energia. O projeto representa um avanço significativo na adoção de fontes de energia limpa e renovável no Brasil, contribuindo para a redução das emissões de gases de efeito estufa. Além disso, a construção e operação do complexo têm gerado empregos e impulsionado a economia local.
Com a conclusão do complexo, Santa Luzia se consolidará como um polo de inovação tecnológica e sustentabilidade. O projeto serve como um exemplo de como investimentos em energias renováveis podem transformar regiões, promovendo desenvolvimento econômico e sustentabilidade ambiental.
O futuro da geração de energia no Brasil
O futuro da geração de energia no Brasil passa pela adoção de fontes renováveis, e o complexo solar de Santa Luzia é um passo importante nessa direção. A conclusão do projeto não só colocará a Paraíba em destaque no cenário nacional, como também demonstrará a viabilidade e os benefícios dos investimentos em energia solar.
O complexo solar de Santa Luzia é um marco na história da geração de energia no Brasil. Com investimentos robustos, tecnologia de ponta e um impacto significativo na sustentabilidade, o empreendimento coloca a Paraíba na vanguarda da revolução energética, servindo de modelo para futuras iniciativas no setor.