Segundo o Governo federal, a estimativa é que o diesel negociado com a Rússia chegue ao país em 2 meses e “bem mais barato”, segundo o atual presidente. O Brasil é um dos maiores importadores de diesel da América Latina, e tomou medidas preventivas a fim de evitar a escassez do diesel e outros combustíveis durante o período entre setembro e novembro. Há duas semanas, o presidente afirmou que haveria essa possibilidade e que a questão da importação do diesel foi tratada em uma conversa telefônica com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.
“Na minha ida à Rússia, acertei fertilizantes para o agronegócio. E agora está quase certo um acordo para comprarmos diesel bem mais barato da Rússia. Onde a Petrobras, alguns, compravam mais caro”, disse, em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada.
Diesel importado da Rússia tem previsão de circulação no Brasil
Em entrevista no Palácio do Planalto, o presidente afirmou que a importação já está acertada, e comentou sobre a previsão de entrega:
“Está acertado. Em 60 dias já pode começar a chegar aqui, já existe esta possibilidade. A Rússia continua fazendo negócio com o mundo todo, parece que as sanções econômicas não deram certo.
Segundo o presidente, 30% de todo o diesel do país é importado, e desse modo é necessário comprar de quem vende mais barato.
“Importamos quase 30% [do diesel consumido no país]. Agora, você tem de importar diesel de quem está vendendo mais barato e não importar de quem, à vontade, está vendendo até mais caro, porque aumentando o preço aqui, aumenta o lucro da Petrobras.”
Governo federal brasileiro continua comprando combustível da Rússia, mesmo sob fortes sanções internacionais
A Rússia, se encontra sob fortes sanções internacionais, devido à invasão na Ucrânia, em especial os EUA e União Europeia, os quais costumavam ser um dos principais consumidores de combustível, porém foram cortadas boa parte das compras. Mesmo sob pressão de tais países, ao contrário deles, o Brasil continua suas negociações com a Rússia.
“A Rússia continua fazendo negócios com o mundo todo. Parece que as sanções econômicas não deram certo”, disse o presidente.
Um funcionário de alto escalão da Petrobras, estatal que fornece a maior parte do combustível para o mercado do Brasil, disse à Reuters, uma agência de notícias britânica, e uma das maiores agências internacionais de notícia do mundo, que a ideia não era surpreendente, mas levantou preocupações.
Após críticas ao Governo especialistas procuram respostas
Sofrendo críticas, o governo federal e o ministério de Minas e Energia foram procurados, porém, não responderam de imediato aos comentários realizados pela imprensa. De acordo com o presidente, o preço do diesel pode sofrer uma baixa antes mesmo de chegar ao país, caso haja uma nova redução no preço do petróleo Brent, o qual chegou a menos de 100 dólares o barril, porém voltou a subir.
“Acredito que se houver uma certa constância um pouco abaixo de 100 dólares tem espaço para diminuir imediatamente o preço dos combustíveis nas refinarias daqui, porque quando aumentava (o preço do petróleo), aumentava, então quando diminui, a gente espera que diminua também, afirmou.