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GNR Fortaleza anuncia novo sistema que mistura biometano e gás natural prometendo revolução no mercado

Projeto piloto inédito recebe autorização especial da ANP e promete impactar regulamentação do setor de distribuição de gás.

by Marcelo Santos
GNR Fortaleza anuncia novo sistema que mistura biometano e gás natural prometendo revolução no mercado

A Companhia de Gás do Ceará (CEGÁS) e a GNR Fortaleza celebraram a inauguração de um sistema automatizado revolucionário, localizado em Caucaia, que visa realizar testes para a mistura de biometano com gás natural na rede de distribuição da CEGÁS. Este projeto-piloto, com duração prevista de seis meses, obteve uma autorização especial da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), e seus resultados poderão servir como base para futuras atualizações na regulamentação do setor de distribuição de gás no país.

Mistura controlada de gás natural e biometano

A iniciativa, que conta com o apoio de importantes figuras do setor energético, como o presidente da CEGÁS, Miguel Nery, e o presidente da BAHIAGÁS e presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (ABEGÁS), Luiz Gavazza, visa introduzir uma mistura controlada de gás natural e biometano na rede de gasodutos da CEGÁS. Essa configuração pioneira não apenas reforça a posição do gás distribuído pela CEGÁS entre os mais renováveis do mundo, mas também representa um avanço significativo na busca por fontes energéticas mais sustentáveis.

Origem do biometano e seu potencial

A GNR Fortaleza, inaugurada em 2017, desempenha um papel crucial nesse projeto ao captar e tratar o biogás produzido no aterro sanitário de Caucaia. A usina realiza o processo de purificação do biogás para a produção de biometano, transformando assim um passivo ambiental em um ativo energético de alto valor agregado e com uma pegada reduzida de carbono.

O biometano, uma fonte de energia renovável, possui características químicas idênticas ao gás natural de origem fóssil, o que o torna um combustível intercambiável e uma alternativa sustentável para reduzir as emissões de carbono.

A operação inovadora e seu impacto na distribuição de gás

Desde 2018, a GNR Fortaleza já injeta biometano diretamente na rede da CEGÁS, representando uma operação pioneira no país. Atualmente, o biometano responde por até 15% do gás distribuído pela CEGÁS, em virtude de um contrato estabelecido entre as duas empresas.

Agora, com o novo sistema automatizado, todo o biometano e o gás natural são previamente misturados e monitorados antes de serem injetados na rede de distribuição da CEGÁS, garantindo assim as especificações técnicas exigidas pela ANP.

Teste realizado pela CEGÁS e GNR Fortaleza irá fornecer dados cruciais para ANP

O teste realizado pela CEGÁS e pela GNR Fortaleza promete não apenas contribuir para a redução das emissões de carbono, mas também para o aumento da produção de biometano e seu aproveitamento mais eficiente na matriz energética do Ceará. Acompanhado de perto pela ANP, esse projeto-piloto pode fornecer dados cruciais que irão subsidiar futuras atualizações na regulamentação da mistura de biometano com gás natural nas redes de distribuição de todo o país.

Reações e visão do setor

O presidente da CEGÁS, Miguel Nery, destacou a importância dessa iniciativa como uma demonstração da capacidade de inovação da companhia e como um passo significativo para a regulamentação do uso de biometano em escala nacional. Thales Motta, diretor da Ecometano, empresa subsidiária da MDC e sócia da GNR Fortaleza, ressaltou o pioneirismo das empresas envolvidas e seu potencial para ampliar o consumo de biometano no país. O diretor-geral da ANP, Rodolfo Saboia, expressou otimismo em relação ao projeto e seu papel na transição para uma economia de baixa emissão de carbono.

A parceria entre a CEGÁS e a GNR Fortaleza representa um marco importante na busca por soluções energéticas mais sustentáveis e na redução das emissões de carbono. Com o sucesso desse projeto-piloto, o Brasil poderá avançar ainda mais na incorporação do biometano como uma fonte de energia limpa e renovável, contribuindo assim para a construção de um futuro mais sustentável e resiliente.

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