A Corporação Nacional de Energia Nuclear da China (CNNC) anunciou um marco significativo na construção da usina de Zhangzhou, localizada na província de Fujian. O despejo do primeiro concreto para a ilha nuclear da unidade 3 marca o início da segunda fase da usina nuclear, que eventualmente abrigará seis reatores Hualong One.
Histórico e evolução do projeto
A trajetória da Usina de Zhangzhou remonta a maio de 2014, quando o governo local aprovou a Fase I do empreendimento, inicialmente planejada com duas unidades AP1000. No entanto, em uma reviravolta estratégica, a CNNC optou por adotar o design HPR1000 (Hualong One) para esta fase, substituindo os planos originais.
A construção da unidade 1 começou em outubro de 2019, seguida pela unidade 2 em setembro de 2020. Com previsão de operação comercial em 2024 e 2025, respectivamente, estas unidades representam um passo significativo na expansão da capacidade energética nuclear da China.
Avanço para a Fase II do projeto
O avanço para a Fase II da usina nuclear de Zhangzhou demonstra o compromisso contínuo da China com a energia nuclear. Em setembro de 2022, o Conselho de Estado chinês aprovou a construção de mais duas unidades Hualong One, consolidando o status da usina como um dos pilares da matriz energética do país.
A concretagem do primeiro concreto para a ilha nuclear da unidade 3 marca o início oficial dos trabalhos da Fase II. Este projeto é conduzido pela CNNC-Guodian Zhangzhou Energy Company, uma joint venture entre a CNNC (51%) e a Corporação Guodian da China (49%), refletindo a colaboração entre entidades governamentais e empresas privadas na busca por uma infraestrutura energética robusta e segura.
Segurança e sustentabilidade na agenda energética da China
A escolha do design Hualong One para a Usina de Zhangzhou é parte de um compromisso mais amplo com a segurança e a sustentabilidade na geração de energia. Este reator, conhecido por seu alto padrão de segurança e eficiência, representa uma aposta segura para a China na expansão de sua capacidade energética nuclear.
A CNNC também emitiu recentemente a avaliação de impacto ambiental para as unidades 3 e 4 de Zhangzhou, destacando o compromisso do país com o desenvolvimento responsável e a mitigação dos impactos ambientais.
Contribuição para a segurança energética da China
À medida que a construção da Usina Nuclear de Zhangzhou avança, as perspectivas para a segurança energética da China se fortalecem. Com a entrada em operação de novas unidades nucleares, o país se posiciona para diversificar sua matriz energética, reduzir a dependência de combustíveis fósseis e alcançar suas metas de redução de emissões de carbono.
A Usina de Zhangzhou não apenas representa um marco na expansão da capacidade energética nuclear da China, mas também serve como um exemplo de como a cooperação entre o governo e o setor privado pode impulsionar a inovação e o progresso em direção a um futuro energético mais seguro e sustentável.
China lidera avanços na tecnologia nuclear em meio a esforços para reduzir combustíveis fósseis
A China está na vanguarda da tecnologia nuclear civil, impulsionada por seus esforços para reduzir o uso de combustíveis fósseis e as importações de petróleo e gás. Recentemente, o país tornou-se o primeiro do mundo a colocar em operação comercial a mais nova geração de tecnologia de produção de energia nuclear, marcando um avanço significativo na busca por fontes de energia mais seguras e sustentáveis.
A China lançou usinas com geradores de quarta geração, considerados mais seguros e eficientes em termos de combustível, colocando o país à frente de outros em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia nuclear. Esses avanços representam um marco importante, visto que países ocidentais estão projetando começar a operar usinas nucleares da quarta geração apenas na próxima década.
Retorno à energia nuclear pós-Fukushima
Apesar do declínio no uso da energia nuclear após o acidente de Fukushima em 2011, alguns países estão retornando a essa fonte de energia em busca de opções confiáveis e de baixa emissão para enfrentar as mudanças climáticas. Na COP 28, os Estados Unidos e mais de 20 países anunciaram planos para triplicar a geração de energia nuclear até 2050, enquanto a Europa e o Japão investem em novos reatores.
Após um breve período de interrupção na construção de usinas nucleares após Fukushima, a China dobrou sua aposta na energia nuclear, impulsionada pela necessidade de segurança energética e pela urgência em reduzir as emissões de carbono. O país agora responde por uma parte significativa dos reatores nucleares em construção no mundo, demonstrando seu compromisso com a transição para fontes de energia mais limpas e sustentáveis.