INDÚSTRIA

Ford anuncia demissões em massa nos EUA em meio a greve do Sindicato UAW

A Ford Motor Company anunciou na última sexta-feira, 6, a demissão de 495 funcionários em suas fábricas de montagem nos Estados Unidos, em Ohio e Michigan, em resposta à greve liderada pelo sindicato UAW (United Auto Workers). Essas demissões elevam o total de funcionários impactados pela greve para cerca de 1.800. Enquanto isso, o UAW adiou greves adicionais em Detroit devido à disposição da General Motors em permitir que trabalhadores de fábricas de baterias fossem cobertos por contratos sindicais, um movimento que pode ter implicações importantes na indústria automobilística à medida que a produção de veículos elétricos ganha destaque.

Demissões na Ford causam um impacto profundo nas fábricas de montagem

A Ford Motor Company tomou uma decisão drástica que afetará centenas de funcionários em Ohio e Michigan, nos Estados Unidos. Em meio à greve liderada pelo sindicato UAW (United Auto Workers), a montadora revelou que planeja demitir 495 trabalhadores em suas fábricas de montagem. Esta ação vem em resposta aos impactos significativos causados pela paralisação sindical.

A Ford, a segunda maior montadora dos EUA, anunciou um corte massivo de pessoal, que incluirá 470 funcionários de duas fábricas de motores em Ohio a partir de segunda-feira (9). Isso elevará o total de funcionários afetados por desligamentos relacionados à greve para cerca de 1.800 pessoas. Além disso, mais 7.900 funcionários da Ford permanecem em greve.

Na sexta-feira, o UAW tomou uma decisão surpreendente ao adiar greves adicionais em três fábricas de automóveis de Detroit. Isso ocorreu em resposta à disposição inesperada da General Motors (GM) em permitir que os trabalhadores de fábricas joint ventures de baterias fossem cobertos por contratos sindicais. Essa concessão da GM pode ter um impacto significativo, especialmente se a Ford Motor e a Stellantis, controladora da Chrysler, seguirem o exemplo.

O presidente do UAW, Shawn Fain, expressou otimismo em uma atualização transmitida ao vivo sobre as negociações em curso com as três montadoras. Ele afirmou: “Nossa greve está funcionando, mas ainda não chegamos lá”. O sindicato intensificou suas ações nas últimas semanas, pressionando diferentes montadoras para atender às suas demandas.

Expansão dos veículos elétricos causa novas demandas pelo sindicato

O destino dos trabalhadores das fábricas de baterias tem sido um ponto crítico nas negociações. Em 29 de setembro, o CEO da Ford, Jim Farley, alegou que Fain estava mantendo o acordo como refém das fábricas de baterias. A questão central envolve a sindicalização dessas unidades de produção de baterias para veículos elétricos, garantindo aos trabalhadores salários e proteção de emprego equivalentes aos de outros membros do sindicato.

À medida que as vendas de veículos elétricos crescem, impulsionadas, em parte, pelos subsídios federais para apoiar a transição dos EUA para emissões de carbono mais baixas, o sindicato busca igualdade de condições para os trabalhadores das fábricas de baterias. Isso representa um marco importante para a indústria automobilística, já que a sindicalização dessas instalações poderia fortalecer a posição do UAW à medida que a produção de veículos elétricos ganha destaque.

Agora, as demissões em massa anunciadas pela Ford em meio à greve do sindicato UAW são um sinal claro das tensões entre as montadoras e os trabalhadores. O adiamento das greves pela GM em Detroit pode ter repercussões significativas nas negociações em andamento.

Além disso, a sindicalização das fábricas de baterias representa um passo crucial em direção à igualdade de condições para os trabalhadores da indústria automobilística dos EUA. Dessa forma, enquanto as negociações continuam, o futuro dos funcionários e o equilíbrio de poder entre as partes interessadas permanecem incertos no cenário atual do mercado. 

Andriely Medeiros

Ensino superior em andamento. Escreve sobre Petróleo, Gás, Energia e temas relacionados para o PetroSolGas.

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