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Estudo do Banco Mundial indica que o Brasil pode se tornar líder em energia renovável

O Banco Mundial divulgou um estudo que mostra que o país pode se tornar um líder no setor de energia renovável contribuindo ainda com a preservação da Amazônia.

by Marcelo Santos
Estudo do Banco Mundial indica que o Brasil pode se tornar líder em energia renovável

O Banco Mundial publicou recentemente um Relatório sobre Clima e Desenvolvimento para o Brasil, onde 190 dados mostram que o país possui tudo para se tornar uma potência de energia limpa. O documento ressalta que o país possui quase metade de sua energia gerada de fontes renováveis. No caso da energia elétrica, a matriz é mais de 80% limpa, quando a média mundial é de 27%, isto é, o Brasil ocupa posição privilegiada.

Brasil pode se tornar uma potência global em energia renovável

Conforme o relatório do Banco Mundial, o Brasil pode se tornar uma grande potência global de energia renovável e auxiliar na preservação da Amazônia, com um plano de desenvolvimento que produza alimentos utilizando menos terras e melhore a proteção das florestas.

E uma coisa leva a outra, visto que os especialistas apontam que é possível ampliar a economia e combater as mudanças climáticas com investimentos relativamente modestos em agricultura, redução da energia, desmatamento, cidades e sistemas de transporte.

O relatório também afirma que a expansão das energias renováveis não custaria mais do que os planos atuais para ampliar a geração de combustíveis fósseis. Um aumento no investimento em renováveis teria custos iniciais mais altos para a geração, transmissão e o armazenamento de energia.

Entretanto, esses custos seriam compensados pela economia de combustível e custos operacionais. Os técnicos do Banco Mundial explicam que a transição nos setores de indústria e transporte em direção a uma maior eletrificação e ao uso de hidrogênio verde, gerado com energia renovável em vez de gás, não geraria custos mais altos para a economia.

Aumento nas fusões e compras no setor de energia renovável

Em termos gerais, os custos econômicos totais das rotas resilientes e com emissões líquidas iguais a zero, propostas no relatório do Banco Mundial, equivalem a cerca de 0,5% do PIB, sem contabilizar os benefícios globais e nacionais dos impactos evitados das mudanças climáticas e os benefícios econômicos e não econômicos da preservação da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos únicos disponibilizados por florestas nativas.

Segundo um estudo recente da Redirection International, consultoria especializada em fusões e aquisições, houve um grande aumento de 58% no ramo envolvendo empresas de energias renováveis no Brasil no último ano. Este número saiu de 31 transações em 2021 para 49 no ano seguinte, ecoando um ano favorável para o setor de energia em geral, que apresentou uma expansão de 81% no mesmo período.

O crescimento na área de energia renovável está ligado com uma tendência geral de aumento da participação de energias renováveis na matriz energética brasileira. Apenas nos primeiros 5 meses de 2023, 16 das 25 operações totais no setor de energia.

Brasil bate recorde em produção de energia renovável

Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico, a soma do que foi gerado pelas hidrelétricas, parques eólicos e placas fotovoltaicas ultrapassou no mês de março deste ano. Totalizando 90% de tudo que foi gerado. Mais poluentes e caras, as termelétricas responderam por apenas 5% da matriz energética.

O resultado ultrapassou o que foi lançado nos anos anteriores, sendo esta a maior produção de energia limpa registrada no país neste século.

A combinação de chuvas fortes sobre os principais reservatórios do Brasil e a ampliação dos investimentos em energia eólica e solar explicam o resultado. O desaquecimento da economia também reduz a demanda por energia. Desde a virada do século, o país passou por quatro grandes crises hídricas que impactaram o abastecimento de energia e tornaram a conta de luz mais cara. Entretanto, agora a expansão das fontes eólica e solar podem reduzir a vulnerabilidade do Brasil em tempos de estiagem.

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