A Hurtigruten Norway, empresa marítima que atua na costa da Noruega, após um ano de pesquisas, apresentou na última quarta-feira (7) a primeira versão de seu primeiro navio de cruzeiros com zero emissão de carbono, ainda em conceito. O projeto, que recebeu o nome de Sea Zero, estima que o veículo seja movido a baterias elétricas, entretanto também terá um gerador de energia eólica e solar a bordo.
A estimativa da empresa é possuir o primeiro Sea Zero navegando comercialmente na costa do país já no começo da próxima década. O projeto foi anunciado em 2022 e, de lá para cá, a empresa, ao lado de um consórcio de 12 empresas e também com o instituto de pesquisas independente – Sintef, um dos maiores da Europa, vem realizando estudos sobre todas as tecnologias necessárias para desenvolver o navio livre de emissões, inclusive nas operações em terra.
Segundo Hedda Felin, CEO da Hurtigruten, quando os estudos começaram, a equipe não sabia quais tecnologias estariam disponíveis para serem utilizadas no projeto em 2030.
A executiva ressalta que, apesar de algumas dessas tecnologias atingirem um estágio relativamente avançado, elas ainda necessitam de pesquisa e desenvolvimento dedicados para garantir uma implementação bem sucedida no contexto marítimo.
Por outro lado, algumas tecnologias continuam em desenvolvimento inicial e demandam pesquisa fundamental e testes completos. Após um rigoroso estudo de viabilidade, a empresa norueguesa identifica as mais promissoras para seus futuros e inovadores navios livres de emissões.
O modelo conceitual do Sea Zero é uma embarcação de 135 metros de comprimento, composto por 270 cabines que terão capacidade para acomodar 500 passageiros e 99 tripulantes, além de contar com um porão de carga.
O futuro navio livre de emissões será elétrico e equipado com baterias que serão carregadas nos portos. Unindo soluções de bateria 60 MWh com tecnologia eólica, a embarcação terá também velas retráteis com painéis solares, manobras feitas por softwares de inteligência artificial, propulsores múltiplos retráteis, hélices contra rotantes (CRP) e lubrificação a ar.
A ponta, onde o capitão e a tripulação controlam o navio, deve ser reduzida significativamente, parecendo-se com a cabine de um avião, devido ao uso de inteligência artificial avançada.
Como a Hurtigruten atua ao longo da costa da Noruega há mais de 130 anos e possui um consolidado conhecimento dos 34 portos que usa diariamente, a inteligência artificial de seus futuros navios será feita com dados para que os sistemas aprendam os métodos de atracação e desatracação mais eficientes de cada porto.
As três plataformas de asas autônomas retráteis contarão com 1.500 m² de área para painéis solares e uma superfície total de vento de 750 m², alcançando uma altura máxima de 50 metros totalmente estendida. O design está sendo desenvolvido para reduzir a resistência do ar, reduzindo o consumo energético e ampliando o conforto a bordo.
Os hóspedes serão convidados a participar do esforço de zero emissão e terão um aplicativo móvel interativo, onde poderão operar a ventilação ultramoderna da cabine, assim como medir seu próprio consumo de água e eletricidade.
O navio livre de emissões agora entrou em uma fase em que as tecnologias propostas serão experimentadas, desenvolvidas e testadas, com foco na produção de baterias, na tecnologia de propulsão, no design do casco e em práticas sustentáveis que reduzem o uso de energia a um mínimo absoluto. A meta da empresa é possuir toda sua frota com zero emissão, após o desenvolvimento e aprovação do protótipo do Sea Zero.
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