A previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da Índia para o ano financeiro de 2023-2024 permanece inalterada em 6%, conforme a S&P Global Ratings. A agência de classificação estima que o PIB indiano cresça 7% no ano financeiro que termina em 31 de março de 2023, seguido de um crescimento de 6,9% nos anos financeiros de 2025 e 2026.
A S&P prevê que a inflação na Índia caia para 5% no ano fiscal de 2024, em comparação com 6,8% no ano fiscal atual. A agência observou que a inflação persistente na Índia e nas Filipinas indica que há pouca margem para manobra nessas economias, e que essas lacunas são consideradas perdas de produção de longo prazo. Apesar disso, analistas consideram que essas e outras economias emergentes asiáticas continuarão a crescer a taxas mais altas do que outras regiões globais até 2026, com a Índia liderando o crescimento médio com 7% entre 2024 e 2026.
Segundo o relatório, o Reserve Bank of India (RBI) pode aumentar ainda mais a já alta taxa de juros após uma surpresa positiva na inflação. A agência de classificação estima que a inflação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) da Índia deve moderar para 5% no ano fiscal de 2024, mas também aponta riscos de alta, incluindo fatores relacionados ao clima, como as temperaturas elevadas que afetam a produção agrícola e mantêm a inflação em níveis elevados.
De acordo com o Departamento Meteorológico da Índia, o período de março a maio será mais quente do que o normal, com maior probabilidade de ocorrência de ondas de calor em muitas regiões do centro e noroeste da Índia. A S&P observa que, embora a demanda doméstica tenha tradicionalmente liderado a economia indiana, ela se tornou mais sensível ao ciclo global devido ao aumento das exportações de commodities.
Reserva de câmbio indiana
As reservas cambiais do país diminuíram no primeiro semestre do ano passado, em grande parte devido a mudanças na avaliação, mas a intervenção do banco central da Índia também contribuiu para a queda. Além disso, as contas correntes de outras economias importadoras de energia na região Ásia-Pacífico se deterioraram, com déficits externos de cerca de 3%-3,5% do PIB na Índia e Tailândia, cerca de 5% nas Filipinas e 7,5% na Nova Zelândia, enquanto o superávit da Coréia do Sul encolheu para 1,8% do PIB.
A S&P mantém uma perspectiva cautelosamente otimista para a região, com a economia da China se recuperando este ano, mas outros países enfrentando o impacto do crescimento mais lento nos EUA e na Europa, além de taxas de juros mais altas e impactos reduzidos da reabertura após a pandemia.
De acordo com a S&P, em muitas economias, é esperado que a inflação diminua, mas os altos níveis de inflação central em alguns países levam a um possível aumento das taxas de juros pelo banco central. A agência prevê um aumento de 25 pontos-base nas taxas de juros nos EUA, chegando a um pico de 5% a 5,25% no final de 2023 e uma queda no início de 2024. Devido ao risco de aumento das taxas nos EUA, espera-se que as moedas da Ásia-Pacífico continuem a sofrer pressão de desvalorização ao longo de 2023.