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Diretor da Petrobras afirma que vai demorar para reajustar combustível visando beneficiar brasileiros

Petrobras afirma que o reajuste de combustíveis vai demorar e que seus preços continuarão abaixo das médias internacionais após a Opep ter reduzido sua produção

by Valdemar Medeiros
Diretor da Petrobras diz que vai demorar mais para reajustar elevações do combustível visando beneficiar os brasileiros

Fernando Borges, diretor de exploração e produção da Petrobras, afirmou que a estatal tem sido mais rápida ao repassar para os preços finais dos combustíveis as quedas do petróleo no mercado internacional. De acordo com o executivo, essa diferença de tratamento no repasse das flutuações externas é benéfica para a sociedade e está dentro dos limites da política de preços da Petrobras, definida em 2016.

Declarações foram feiras após um momento de alta no reajuste de combustíveis

Segundo Borges, em um evento online da agência especializada Epbr, a Petrobras passa diversas vezes pela redução e demora um pouco mais para passar a subida. A empresa está beneficiando a sociedade brasileira.

Após a declaração, a estatal reforçou, em comunicado ao mercado, que tem compromisso com preços competitivos e em equilíbrio com o mercado e que evita o repasse imediato das volatilidades externas e do câmbio aos preços dos combustíveis.

As declarações da Petrobras surgem em um momento de alta dos preços do petróleo, após a Opep ter reduzido sua produção, afirmando que a economia mundial arrisca entrar em recessão.

Os preços de combustíveis como gasolina e diesel nos postos têm caído desde o fim do mês de junho, puxados pelo corte de tributos e, depois, por reajuste de combustíveis da companhia. Foram quatro descontos seguidos para a gasolina e três para o diesel.

Preço médio dos combustíveis recua na última semana

As reduções recentes anunciadas pela gestão de Caio Paes de Andrade fizeram os preços da gasolina e do diesel despencarem em 35% e 13%, respectivamente, em três meses.

Nas últimas semanas, entretanto, o reajuste de combustíveis da Petrobras voltou a ficar abaixo do mercado internacional, contrariando a política de Preços de Paridade de Importação (PPI). Desta forma, segundo especialistas, não haveria espaço para novas quedas nos preços nas refinarias.

Na última semana, o preço médio da gasolina nos postos de combustível recuou em 0,4% e do diesel 0,9%, de acordo com informações da Agência Nacional de Petróleo, Biocombustíveis e Gás Natural. Devido ao feriado de Dia das Crianças, em 12 de outubro, os preços médios só serão divulgados nesta segunda-feira (17). 

Petrobras vende gasolina 12% abaixo da paridade internacional 

De acordo com Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem do diesel no mercado interno disparou para 16% se comparada com o mercado internacional.

Para alinhar o preço praticado nas refinarias brasileiras, a estatal teria que aumentar em R$ 0,97 o preço do litro do combustível. Já a gasolina vendida pela estatal está 12% abaixo da paridade internacional e deveria ser elevada em R$ 0,43 por litro para ficar em linha com o mercado internacional, de acordo com a Abicom. O executivo da Petrobras reduziu os cálculos da Abicom, ao afirmar que a Petrobras faz parte de outras premissas. 

Segundo Borges, o volume e escala contam muito e a entidade tem a sua própria visão de defasagem, e a Petrobras possui uma visão diferente, pois sua escala é distinta. A empresa acompanha a dinâmica de defasagem de seus preços na comparação com o PPI e, na média, estaria muito próxima do valor de mercado. Entretanto, a defasagem dos preços do combustível da Petrobras também é calculada em outras fontes de mercado, como o Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), que vê uma diferença de 6,72%.

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