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China será responsável por 59% das importações de soja, Brasil detém 55% das exportações

Economia brasileira pode se beneficiar.

by Daiane
China será responsável por 59% das importações de soja, Brasil detém 55% das exportações

De acordo com o especialista em transporte marítimo da BIMCO, Ricardo Santos, as condições climáticas adversas causaram um atraso significativo na colheita de soja do Brasil, resultando em uma queda de 31% nas exportações nos dois primeiros meses de 2023. No entanto, acrescentou que, apesar do início lento, as perspectivas para a safra do país continuam positivas, e que se espera um aumento expressivo nas exportações nos próximos meses.

A previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) é que a safra do Brasil alcance um recorde de 152,9 milhões de toneladas neste ano, um aumento de 21,8% em relação a 2022. Até 6 de março, apenas 44% da área plantada havia sido colhida, representando uma queda de 9 pontos percentuais em relação ao período homólogo. Apesar dos atrasos na colheita, não se espera uma perda significativa da safra até agora.

Como maior exportador de soja do mundo, espera-se que o aumento na produção do Brasil ajude a impulsionar as condições do mercado de transporte de grãos em 2023. A recuperação dos volumes de exportação também deve ter um impacto positivo nas taxas de navios panamax na bacia do Atlântico, já que a brasileira representa mais de 85% das exportações e é responsável por cerca de metade do volume de carga transportada por navios.

Tensões devido ao pequeno número de exportadores e dependência

O comércio mundial de soja é altamente influenciado por flutuações na oferta e demanda, determinadas por um pequeno grupo de exportadores e importadores. No ano anterior, a seca no Brasil afetou a produção e exportação da soja, resultando em um aumento nos preços globais da soja e uma diminuição da demanda. Nesta temporada, Brasil e Estados Unidos continuarão a ser os maiores exportadores de soja, sendo responsáveis por 55% e 32% das exportações globais, respectivamente. Enquanto isso, a China será responsável por 59% das importações globais.

A demanda chinesa está em expansão, com um aumento de 16% no volume de importações nos primeiros dois meses de 2023. Prevê-se que, devido a melhores condições econômicas e preços mais baixos, a demanda por importações de soja aumentará novamente em 2023. No ano anterior, o alto preço e a margem de lucro baixa para os esmagadores  na China resultaram em uma queda de 6% nas importações.

“Prevê-se que, impulsionado por uma maior produção e demanda, as exportações brasileiras de soja aumentem em 19% em 2023, tornando-se o principal motor das exportações globais de grãos. No entanto, estimamos que os suprimentos de trigo e milho permaneçam tensos, principalmente devido à redução dos volumes ucranianos“, afirmou Gouveia.

Guerra russa com ucranianos e os impactos no preço da soja

A guerra entre a Ucrânia e a Rússia tem causado tensão econômica em todo o mundo, incluindo no mercado de soja. A Ucrânia é um dos maiores exportadores da Europa, e a guerra tem afetado sua produção e exportação. A Rússia também é um grande produtor e exportador, e a instabilidade na região afeta a logística e o transporte do produto.

Além disso, a tensão entre os países leva a sanções comerciais e políticas, impactando negativamente as exportações de soja para a região. As sanções impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia limitam as exportações para a Rússia, influenciando a demanda global.

Por outro lado, a China, um dos maiores importadores de soja do mundo, tem buscado aumentar suas compras do Brasil, em vez de depender das exportações da Ucrânia e Rússia. Em 2020, as exportações brasileiras de para a China cresceram 10,4%, enquanto as exportações da Ucrânia caíram 24,3%.

A guerra na Ucrânia e Rússia pode afetar a demanda global de soja de várias maneiras, incluindo reduções na produção e exportação, sanções comerciais e mudanças nas preferências dos importadores. A tensão econômica mundial causada pela instabilidade na região deve continuar a afetar o mercado e outras commodities nos próximos anos.

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