As empresas chinesas tem tido um papel de grande sucesso no Brasil, responsáveis por diversas iniciativas de transferência de novas tecnologias, desde projetos do ramo da energia renovável no Pará, até a fabricação de carros elétricos no Sudeste do país. Projetos financiados direta e indiretamente com foco nos setores de energia renovável e comunicações se destacam entre os grandes investimentos. Carros elétricos desenvolvidos na China devem ser adaptados para serem movidos a etanol aqui no mercado brasileiro em breve.
Investimentos da China em energia renovável e carros elétricos no Brasil
Os responsáveis pela construção da usina de Três Gargantas vieram ao Brasil para aprender com aqueles que construíram a usina de Itaipu. E agora, as soluções utilizadas no sistema elétrico da China foram importadas para serem aplicadas em linhas novas de transmissão, e também na modernização de hidrelétricas consideradas antigas, no Brasil.
Celio Hiratuka, que é o coordenador de um grupo de estudos Brasil-China, e também professor do Unicam, afirma que, muito dos investimentos da China são bem-vindos aqui, porém, os mesmos reforçam apenas a relação comercial entre ambos os países como, por exemplo, a: construção de ferrovias para escoamento da produção de mercadorias.
Já os investimentos em áreas como a de sustentabilidade, energia renovável e não renovável, mobilidade urbana e transição digital, abrem um leque de possibilidades, diversificando essas relações e trazendo para o Brasil um pouco da perícia chinesa para suprir as necessidades do país.
Importação e fabricação de carros elétricos
No ano passado, a empresa chinesa Great Wall Motors, adquiriu a antiga fábrica da Mercedes no estado de SP, que deve iniciar a importação e fabricação dos carros elétricos no próximo ano.
Porém, no momento, a empresa chinesa ainda está adaptando a fábrica para a produção local, mas um dos veículos já está em fase de testes, o SUV Haval H6 Camuflada, e com uma operadora de telecomunicações, que trabalha no desenvolvimento do sistema de interconectividade dos veículos, visam chegar em resultados muito promissores.
“Qualquer investimento estrangeiro promove alteração no patamar tecnológico e nas condições de produção de um determinado país. No caso da Great Wall Motors, o processo de manufatura, de contratação de peças locais, de interação com o mercado já configura uma transferência tecnológica que não é ostensiva, mas acontece”, declara Pedro Bentancourt, diretor de relações externas e governamentais da filial brasileira da GWM.
A modernização da infraestrutura e tecnologia brasileira
Num momento como esse, os avanços tecnológicos chineses representam um grande poder na disputa com outras grandes economias ocidentais, alguns executivos que trabalham nessas companhias, comentam sobre projetos conglomerados que podem auxiliar na modernização da infraestrutura do nosso país.
Hiratuka ressaltou também sobre a disputa entre os dois países (China e EUA) dentro da área de tecnologia, e que tal ponto deve servir como foco para os formuladores de política no Brasil. Tanto pelo lado das questões relacionadas à segurança de dados, dependendo do parceiro comercial, como pelo risco de se criar uma dependência por um determinado modelo tecnológico.
