Em uma demonstração impressionante de inovação e engenharia, a empresa chinesa MingYang Smart Energy anunciou planos para a construção daquela que promete ser a maior turbina eólica do mundo. O projeto coloca em perspectiva não apenas o tamanho monumental da estrutura, com cerca de 330 metros de altura, equivalente à Torre Eiffel em Paris, mas também sua capacidade surpreendente de fornecer 22 megawatts (MW) de energia.
A maior turbina eólica do mundo
Esta não é a primeira vez que a MingYang Smart Energy faz história na indústria de energia renovável. A empresa já detém o título de ter construído uma turbina eólica de 260 metros, que atualmente ocupa o posto de maior do mundo. A nova turbina, com um diâmetro de rotor superior a 310 metros e uma altura total que pode atingir 330 metros, está programada para ser concluída entre 2024 e 2025, elevando ainda mais o patamar de inovação e eficiência no setor.
A lógica por trás da construção da maior turbina eólica do mundo está diretamente relacionada à eficiência energética. Pás mais longas conseguem capturar uma quantidade maior de vento, resultando em uma geração de energia mais robusta. Para os desenvolvedores de projetos eólicos, isso se traduz em uma redução significativa dos custos, já que menos instalações são necessárias para atingir a mesma capacidade de produção.
Turbina eólica estabelece novo recorde mundial de geração de eletricidade
Com o crescimento contínuo da energia eólica, as turbinas instaladas em terra começam a encontrar limitações de tamanho em alguns mercados, devido a restrições de licenciamento e desafios logísticos. Optar por instalar essas gigantes do vento no mar surge como uma solução inteligente, aproveitando a intensidade dos ventos oceânicos e, consequentemente, potencializando a geração de energia.
Recentemente, a até então maior turbina eólica do mundo, também uma criação da MingYang Smart Energy, estabeleceu um novo recorde mundial de geração de eletricidade em um período de 24 horas. Em meio ao tufão Haikui, que trouxe ventos de aproximadamente 85 km/h, a turbina produziu impressionantes 384,1 megawatts-hora, quantidade suficiente para abastecer quase 170 mil residências.
Energia eólica no Brasil
O Brasil tem se destacado no cenário de energia eólica, com turbinas já bem estabelecidas em terra. No entanto, um gigantesco potencial ainda aguarda exploração: a energia eólica offshore. Com capacidade estimada em torno de 700 GW, o Brasil tem a oportunidade de transformar sua costa em uma verdadeira usina de energia limpa.
Globalmente, a energia eólica offshore está em franco crescimento, com estimativas que apontam para uma capacidade de 260 GW até 2030, totalizando 316 GW em instalações eólicas offshore ao redor do mundo. Para tal expansão, investimentos na ordem de US$ 1 trilhão são previstos, um sinal claro da importância e do comprometimento com essa forma de geração de energia.
Mapeando o futuro no Brasil
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) tomou a frente nessa jornada, identificando regiões estratégicas ao longo da costa brasileira com alto potencial para a exploração da energia eólica offshore. Entre as áreas destacadas estão: o litoral entre Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte no Nordeste; a costa entre Rio de Janeiro e Espírito Santo no Sudeste; e a Lagoa dos Patos no Rio Grande do Sul.
Investir em energia eólica offshore não apenas posiciona o Brasil na vanguarda da energia renovável, mas também contribui significativamente para o cumprimento das metas estabelecidas pelo Acordo de Paris. Espera-se, ainda, que o setor eólico, incluindo instalações onshore e offshore, gere aproximadamente 2,2 milhões de empregos até 2030, com um adicional de 2,1 milhões até 2050, conforme a Agência Internacional de Energias Renováveis.
Hidrogênio de baixo carbono
Embora a Europa, Ásia e América do Norte já tenham uma história consolidada com a energia eólica offshore, o Brasil está dando seus primeiros passos. Até o final de agosto de 2023, o Ibama registrou 78 pedidos de licenciamento, somando 189 GW em potência instalada. O estudo “Oportunidades e desafios para geração eólica offshore no Brasil e a produção de hidrogênio de baixo carbono”, elaborado pela CNI, destaca as principais barreiras e possibilidades para o desenvolvimento do setor.
O hidrogênio de baixo carbono surge como um elemento central nesse cenário, oferecendo uma alternativa sustentável para diversas indústrias, desde a siderurgia até a produção de fertilizantes. Embora o mercado consumidor para o hidrogênio de baixo carbono ainda esteja em formação, a CNI enfatiza a importância de iniciar acordos e desenvolver infraestrutura desde já, posicionando o Brasil de maneira estratégica no mercado global.