O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 186,7 milhões para a re.green, a serem investidos na restauração ecológica de 14.802 hectares de áreas degradadas nos biomas Mata Atlântica e Amazônia — o que equivale à área de mais de 13,7 mil campos de futebol. O apoio inclui R$ 80 milhões em recursos do Fundo Clima, como parte do investimento já anunciado pelo Banco ao programa Arco da Restauração, que prevê a destinação de até R$ 1 bilhão para ações de reflorestamento na Amazônia.
Com apoio do BNDES serão restaurados cerca de 12,8 mil hectares no bioma Amazônia e 2 mil hectares no bioma Mata Atlântica
A re.green restaura florestas nativas em áreas historicamente degradadas, selecionadas a partir de inteligência espacial e com base em seu potencial de regeneração. Por meio do projeto apoiado pelo BNDES, serão restaurados cerca de 12,8 mil hectares no bioma Amazônia, em propriedades no município de Maracaçumé, no Maranhão, e em municípios a serem definidos no estado do Pará, e 2 mil hectares no bioma Mata Atlântica, nos municípios de Potiraguá e Eunápolis, na Bahia.
As áreas plantadas receberão cerca de 100 espécies diferentes de vegetação nativa, contribuindo para a conservação da biodiversidade nas regiões, assim como para a captura de carbono. A estimativa é de que em torno de 4,1 milhões de toneladas de CO₂ equivalente sejam retirados da atmosfera em um período de 25 anos, o que equivaleria a quase dois anos de emissões dos carros em circulação na cidade de São Paulo.
Um marco importante para o setor da restauração florestal
A diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, destaca que “o apoio ao projeto sinaliza a prioridade conferida pelo Banco às ações de restauração dos biomas brasileiros, que têm potencial de contribuir decisivamente para capturar carbono, conservar a biodiversidade do país e promover o desenvolvimento sustentável em regiões sensíveis”. Campello lembra que o Arco da Restauração – anunciado pelo presidente Lula, pela ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, na COP28 – conta, além de R$ 550 milhões do Fundo Clima, com R$ 450 milhões do Fundo Amazônia.
Para a CFO da re.green, Ana Luiza Squadri, o financiamento realça a importância das soluções baseadas na natureza para a economia. “Este é um marco importante para o setor da restauração florestal, que pode ser um dos mais proeminentes na economia verde, e o Brasil tem um potencial enorme para liderar esse processo. O financiamento do BNDES representa a atração de capital capaz de alavancar esse segmento promissor da economia. Na re.green acreditamos que é possível fazer a restauração em larga escala devolvendo serviços ecossistêmicos ao planeta e contribuindo com as populações locais”, completa Squadri.
Como funciona o modelo de restauração da re.green?
O modelo de restauração adotado pela re.green combina regeneração natural assistida e restauração ativa, com ciência desenvolvida por pesquisadores internacionalmente premiados. A empresa atua com parceiros locais, como coletores de sementes, produtores de mudas e viveiristas, ajudando a capacitar e movimentar uma cadeia de manejo florestal sustentável.
A iniciativa terá impactos positivos para a regulação do clima, conservação da biodiversidade e inclusão social de comunidades contempladas no projeto, que deve mobilizar cerca de 2,2 mil empregos diretos e indiretos durante o período de restauração das áreas.
Financiamento de R$ 187 milhões aprovados pelo BNDES
O financiamento do BNDES contempla R$ 80 milhões em recursos do Fundo Clima, na modalidade voltada a projetos de manejo florestal sustentável, e outros R$ 106,7 milhões em recursos próprios, por meio do BNDES Finem, destinados a projetos de recuperação e conservação de ecossistemas e da biodiversidade.
A partir das áreas restauradas, a re.green poderá também gerar créditos de carbono para comercialização no mercado voluntário internacional. O projeto está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável nº 13 (Ação Contra a Mudança Global do Clima) e nº 15 (Vida Terrestre) da ONU.
Sobre a re.green
Fundada em 2021, a empresa desenvolve tecnologia e ciências ambientais para recuperar florestas em larga escala em terras degradadas na Amazônia e Mata Atlântica. Por meio da integração de uma rede de cientistas, tecnologias baseadas em dados e apoio às comunidades, a re.green contribui para a mitigação das mudanças climáticas, a regeneração dos processos do ecossistema, a proteção da biodiversidade e o desenvolvimento social. A empresa tem a meta de restaurar 1 milhão de hectares com espécies nativas, recuperando a biodiversidade e desenvolvendo ecossistemas diversificados.