Em meio à busca por soluções sustentáveis para enfrentar a crise climática, o Brasil se destaca com um vasto potencial de produção de hidrogênio verde, impulsionando a possibilidade de se tornar um dos protagonistas mundiais nesse novo mercado energético. Especialistas, incluindo o professor Nivalde de Castro, do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), enfatizaram essa perspectiva durante um debate promovido pela Câmara dos Deputados, que discutiu os desafios e potenciais avanços relacionados ao hidrogênio verde no país.
Debate na Câmara dos Deputados mostra desafios e oportunidades para o setor energético brasileiro
O debate, realizado em uma sessão de consulta pública da comissão responsável pelo tema na Câmara, destacou a necessidade de incentivos financeiros e políticas públicas de pesquisa e desenvolvimento para impulsionar o setor.
Afinal, o hidrogênio verde tem se mostrado uma das grandes promessas na substituição do petróleo como principal commodity energética global, conforme apontam estudos de renomados centros especializados em energia. Essa transição é vista como crucial para alcançar as metas de descarbonização estabelecidas em âmbito mundial.
Para o professor Nivalde, embora o hidrogênio verde seja o objetivo final, o processo de transição pode envolver etapas intermediárias, como a utilização de fontes como gás, biometano e etanol, que já fazem parte da matriz energética nacional. A amônia verde, derivada do hidrogênio, ganha destaque como uma opção promissora para o Brasil.
Um dos principais obstáculos enfrentados pelo país é o fato de ainda possuir um mercado incipiente de hidrogênio verde, além dos altos custos associados à sua produção. No entanto, a implementação de incentivos financeiros e políticas públicas bem direcionadas pode reverter esse quadro, tornando o Brasil um líder na produção e adoção dessa fonte de energia limpa.
Hidrogênio verde como a commodity do futuro: Desafios e oportunidades
Além disso, a transição para fontes de energia renováveis não se limita apenas ao hidrogênio verde, mas também inclui outras iniciativas, como o fomento aos biocombustíveis e o incentivo ao uso de carros elétricos, que desempenham um papel importante na redução das emissões de carbono.
A consulta pública com os pesquisadores, realizada durante o debate, tem uma relevância significativa, pois as informações e sugestões apresentadas irão alimentar o relatório final da comissão sobre hidrogênio verde. O deputado João Carlos Bacelar Batista, relator da comissão, tem a meta de concluir os trabalhos até novembro, apresentando uma proposta de marco regulatório que visa fornecer segurança jurídica ao promissor mercado brasileiro de hidrogênio.
O cenário é animador para o Brasil, que tem a oportunidade de assumir um papel de destaque na transição para um futuro mais sustentável e com baixas emissões de carbono. Ao investir na produção e uso do hidrogênio verde, o país pode aliar crescimento econômico e preservação ambiental, contribuindo significativamente para a mitigação das mudanças climáticas e para a construção de um planeta mais verde e próspero.
O que é hidrogênio verde?
É uma forma de hidrogênio produzida através de um processo de eletrólise da água, utilizando energia elétrica obtida a partir de fontes renováveis, como energia solar, eólica, hidrelétrica ou biomassa. Esse processo de eletrólise divide a água em hidrogênio e oxigênio, e o hidrogênio resultante é chamado de “verde” porque sua produção é ambientalmente amigável e livre de emissões de carbono.
A sua produção é considerada uma das alternativas mais promissoras para substituir os combustíveis fósseis, uma vez que o hidrogênio pode ser utilizado como uma fonte de energia limpa e renovável em diversas aplicações. Ele pode ser usado como combustível em células de combustível para gerar eletricidade e energia térmica sem produzir poluentes ou gases de efeito estufa. Além disso, o hidrogênio verde também pode ser empregado como matéria-prima na indústria química e em processos de refino de combustíveis.
