Home ECONOMIA Açúcar mais caro: culpa da política brasileira ou exportações e safras mundiais?

Açúcar mais caro: culpa da política brasileira ou exportações e safras mundiais?

O açúcar deve chegar mais caro aos supermercados, impactando o bolso dos brasileiros.

by Daiane
Açúcar mais caro: culpa do governo ou exportações e safras mundiais?

Se já não bastasse o abacate, que ficará mais caro nos mercados brasileiros devido a uma baixa de 30% na produção chilena, agora temos o açúcar! Os contratos futuros do açúcar nº 11 de NY para maio encerraram a quarta-feira, 05 de abril, com um aumento de +0,48 (+2,14%), enquanto o branco nº 5 de Londres para maio fechou em alta de +27,10 (+4,26%).

O aumento nos preços do açúcar foi impulsionado por vários fatores, incluindo a queda na produção de açúcar na Índia (devido a condições climáticas), o fortalecimento do real brasileiro em relação ao dólar, o que desencorajou as vendas de exportação e a mudança do governo brasileiro para favorecer os produtores de etanol.

A estimativa global de produção para 2022/23 foi revisada para baixo pela Tropical Research Services na última terça-feira, 04 de abril, caindo para 1,6 MMT, enquanto a S&P Global Commodity Insights reduziu sua previsão de superávit global de açúcar para 600.000 MT.

Essa redução se deve a uma produção global mais fraca do que o esperado. Preocupações com mudanças climáticas também impactam a produção, com um padrão de El Nino previsto para o segundo semestre deste ano podendo prejudicar a produção de cana-de-açúcar brasileira e indiana. A oferta global mais apertada é otimista para os preços do açúcar, apesar das projeções de aumento na produção global.

Expectativas e previsões na produção do açúcar

A diminuição da produção de açúcar na Europa é um fator decisivo para os preços. A Associação Europeia de Fabricantes de Açúcar projetou, em 8 de dezembro, que a produção da UE 2022/23 cairia -7% ano a ano para 15,5 milhões de toneladas.

Por outro lado, um aumento na produção do Brasil é visto como um fator pessimista para os preços aos produtores (quanto maior a quantidade, menores os preços), após a Unica ter relatado, na última sexta-feira, que a produção  2022/23, de outubro a meados de março, aumentou +4,7% ano a ano para 33,583 milhões de toneladas.

A perspectiva de exportações adicionais da Índia é vista como um fator negativo. Em 13 de março, o ministro da Alimentação da Índia, Singh, afirmou que possibilitaria mais 1 milhão de toneladas de exportações se a produção de açúcar da Índia em 2022/23 atingir a meta do governo de 33,6 milhões de toneladas. Já foram possibilitadas 6 milhões de toneladas de exportações.

A projeção feita pela Datagro em 15 de março, de que a produção de açúcar 2023/24 no Centro-Sul do Brasil aumentaria +13,1% ano a ano para 38,3 milhões de toneladas. Além disso, a projeção da Thai Sugar Mills Corp, em 1º de fevereiro, era de que a produção tailandesa em 2022/23 aumentaria +14% ano a ano para 11,55 milhões de toneladas, com as exportações Tailândia em 2022/23 projetadas para aumentar +17% ano a ano para 9,05 milhões de toneladas.

A produção de açúcar da Tailândia em 2023 atingiu 6,59 milhões de toneladas em 8 de fevereiro, quase +10% em relação à temporada passada, com o teor na safra de cana em um nível recorde. A Tailândia é o segundo maior exportador de  do mundo.

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