Home INDÚSTRIA A “maravilha da engenharia” que virou sucata: a história da Plataforma de Instrumentos Flutuantes (R/P FLIP), a inovadora plataforma offshore que terminou no ferro-velho

A “maravilha da engenharia” que virou sucata: a história da Plataforma de Instrumentos Flutuantes (R/P FLIP), a inovadora plataforma offshore que terminou no ferro-velho

Descubra a Plataforma de Instrumentos Flutuantes (R/P FLIP), um marco tecnológico que terminou sua jornada como sucata em um ferro-velho.

by Marcelo Santos
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Uma inovadora Plataforma de Instrumentos Flutuantes que acabou virando sucata em um ferro-velho. Resumindo, essa é a história da plataforma R/P FLIP, projetada para pesquisa oceânica na era pós-Segunda Guerra nos Estados Unidos. Neste artigo você entenderá tudo sobre essa plataforma de offshore inovadora.

Plataforma de Instrumentos Flutuantes possuía 108 metros de comprimento

A plataforma R/P FLIP, considerada uma maravilha da engenharia, foi criada para pesquisa oceânica pós-Segunda Guerra nos EUA e foi desativada no último ano devido a cortes nos gastos governamentais após a pandemia de Covid-19 e a recessão econômica global.

Contando com 108 metros de comprimento, a plataforma offshore podia ser rebocada horizontalmente como uma embarcação e, ao chegar ao local designado, virava em 90 graus para ficar na vertical, com mais de 90 metros submersos. Esse processo de imersão levava em média 20 minutos.

Plataforma de pesquisa foi uma das mais utilizadas do mercado 

Operada pela Oceanografia de Scripps, a plataforma R/P FLIP foi usada por mais de 60 anos para pesquisas sobre fenômenos oceânicos e atmosféricos, incluindo acústica, por meio das quais ajudou a entender como ondas sonoras são influenciadas por variações no oceano e a profundidade dos mergulhos das baleias. Margaret Leinen, da Oceanografia de Scritpps, celebrou a Plataforma de Instrumentos Flutuantes como uma construção importante para a exploração oceânica.

Segundo ela, as descobertas feitas graças à plataforma ajudaram a estabelecer as bases para a ciência oceânica contemporânea. A plataforma R/P FLIP foi vítima de cortes nos gastos governamentais na esteira da pandemia de Covid-19 e da consequente recessão econômica global. Após algumas decisões financeiras, a Marinha dos EUA desligou a plataforma, desmembrada em 2023.

Como funcionava o processo de virar 90 graus da plataforma offshore?

Segundo Rob Sparrock, oficial de Programas do Escritório de Pesquisa Naval da Marinha dos EUA, em 2021, segundo a revista Sea Power, custaria cerca de US$ 8 milhões para tornar a plataforma R/P FLIP utilizável por mais cinco ou dez anos, mas esse financiamento poderia ser melhor utilizado em outro lugar. Foram geradas muitas ideias criativas, mas não havia inércia ou financiamento suficientes para mantê-la em atividade.

Com 108 metros de comprimento, a plataforma offshore era voltada à pesquisa oceânica projetada para ser rebocada para o mar horizontalmente, como se fosse uma embarcação marítima. Ao chegar ao local designado, era possível acionar um comando por meio do qual a Plataforma de Instrumentos Flutuantes era parcialmente inundada e virada em 90 graus. Isso permitia que a FLIP ficasse na vertical na água, com mais de 90 metros de seu “corpo” submersos. Esse processo levava 20 minutos.

Primeira virada da plataforma R/P FLIP acontece em 1962

Talvez seja difícil imaginar uma plataforma offshore se erguendo desta forma. Contudo, caso tenha interesse, é possível encontrar vídeos no YouTube da plataforma em ação. Como citado anteriormente, a plataforma foi desenvolvida no pós-guerra por pesquisadores do laboratório de Física Marinha de Scripps e operada pela Oceanografia de Scripps em nome da Marinha dos EUA.

Sua primeira virada aconteceu em 23 de julho de 1962, num fiorde em Washington. Após provar seu valor em uma série de testes, a Plataforma de Instrumentos Flutuantes foi rebocada para San Diego em setembro de 1962.

A plataforma que mudava de eixo passou grande parte de sua vida útil no Pacífico, aventurando-se até o Havaí. Contudo, teve uma implantação no Atlântico. As diversas descobertas da plataforma offshore ajudaram a estabelecer as bases para a ciência de ponta em curso para entender o oceano.

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