O Brasil consolidou sua posição como um dos principais países para investimentos em energias renováveis, ocupando o quinto lugar no recente relatório Climatescope da BloombergNEF (BNEF). A pesquisa, que avalia o progresso e a atratividade de 110 economias em desenvolvimento, destaca o país devido ao forte crescimento no mercado de energia solar, impulsionado pelo sucesso do sistema de compensação de energia. Além disso, o estudo aponta a importância de novas explorações, experiência do mercado e oportunidades de investimento em energia limpa para atrair recursos. Com a COP30 prevista para 2025, o Brasil se prepara para um futuro com grande potencial no setor.
Brasil alcança top 5 no ranking de investimentos no setor de energias renováveis
O Brasil conquistou uma posição de destaque em um recente estudo sobre investimentos em energias renováveis, conduzido pela BloombergNEF (BNEF). A pesquisa, conhecida como Climatescope, analisou 110 economias em desenvolvimento, destacando as mais atrativas para investimentos no setor. O país apareceu no ranking entre as cinco economias em desenvolvimento mais atrativas para investimentos em energias renováveis, de acordo com o relatório da BNEF.
O estudo avaliou o progresso e a atratividade dessas economias, considerando parâmetro como fundamentos, experiência e oportunidades de investimento em energia limpa. A Índia lidera o ranking da BNEF, com destaque para seu programa de leilões de energia renovável e investimentos crescentes em capacidade renovável. O Brasil ocupa a quinta posição, à frente de países como China, Chile e Filipinas.
A classificação no Climatescope se baseia em três parâmetros analíticos: Fundamentos, que englobam políticas-chave, estrutura do mercado e possíveis barreiras ao investimento; Experiência, que considera as realizações do mercado até o momento; e Oportunidades de investimento em energia limpa, refletindo o potencial de um mercado para expandir sua capacidade de energia renovável.
Embora a China tenha ficado em segundo lugar no ranking, o país como o maior mercado para implantação de energias renováveis, apresentando grandes oportunidades de crescimento no futuro próximo. O Chile, terceiro colocado, mantém sua posição entre os principais mercados, com metas grandes para os próximos anos e políticas bem estruturadas.
Já as Filipinas surpreendem ao subir para o quarto lugar, em razão dos recentes leilões de energia renovável e um ambiente político favorável. O Brasil, por sua vez, elevou sua posição do nono lugar para o quinto, graças ao crescimento dos investimentos no mercado de energia solar residencial e comercial.
Mercado de fontes renováveis bem estruturado se mostra essencial no Brasil, aponta BNEF
Sofia Maia, Head of Country Transition Research da BNEF, destaca a importância de um mercado de eletricidade bem estruturado e políticas eficazes para atrair investimentos em energias renováveis no Brasil. Os cinco países melhor posicionados no Climatescope se mantêm entre os principais mercados há quatro anos consecutivos, destacando a importância desses fatores.
Além do ranking, o Climatescope oferece uma visão ampla sobre a transição para energia limpa em mercados emergentes e economias em desenvolvimento. Dos 110 mercados analisados, 102 estabeleceram metas de energia renovável, e 74 instalaram pelo menos 1MW de energia solar no último ano. Além disso, o ritmo das instalações acelerou, com economias em desenvolvimento adicionando 222GW de energia eólica e solar em 2022, representando um aumento de 23% em relação ao ano anterior.
Apesar do crescimento global, os investimentos em energias renováveis estão concentrados em 15 mercados, excluindo a China, que absorvem 87% dos investimentos em 2022. Brasil, Índia e África do Sul se destacam como os três principais mercados não chineses para investimentos em energia renovável.
Luiza Demoro, Head of Energy Transitions da BNEF, reforçou a necessidade de acelerar os investimentos em energias renováveis em mais economias em desenvolvimento. Dessa forma, o Brasil deve aproveitar o potencial para explorar os investimentos nos próximos anos.