A Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) está prestes a iniciar a produção de materiais para uma geração revolucionária de baterias de lítio e nióbio que prometem impulsionar a transição energética global. Essa notícia é um marco significativo para Minas Gerais, um estado brasileiro rico em recursos de lítio e nióbio, e que agora está no centro das atenções da indústria de baterias.
Parceria entre CBMM e Toshiba para o desenvolvimento de baterias de lítio
Em 2018, a CBMM formalizou uma parceria com a gigante japonesa Toshiba Corporation para desenvolver baterias de lítio com ânodos de óxidos mistos de nióbio e titânio. Essas baterias são projetadas para serem utilizadas em diversos tipos de veículos elétricos, desde carros de passeio até máquinas pesadas. Essa colaboração marca um avanço significativo na atração de empresas interessadas em fabricar baterias elétricas em Minas Gerais, fortalecendo a cadeia produtiva de lítio, nióbio e outros elementos essenciais.
Entenda como funciona a tecnologia desenvolvida pela CBMM e Toshiba
A nova tecnologia desenvolvida pela CBMM e Toshiba combina lítio e nióbio para criar baterias com características excepcionais. O nióbio, conhecido por sua estabilidade, permite operações mais seguras e eficientes. Essas baterias também possibilitam a recarga completa em menos de dez minutos, sem causar danos. Isso representa um avanço significativo em termos de segurança e vida útil em comparação com as baterias tradicionais.
As baterias resultantes dessa parceria apresentam uma densidade volumétrica duas vezes superior àquelas das baterias convencionais que utilizam ânodos com grafite. Isso contribui para a redução do tamanho dos packs de baterias, diminuindo o peso e o espaço ocupado nos veículos. A tecnologia permite carregamento ultrarrápido, solucionando um dos principais desafios para a popularização dos veículos elétricos: o tempo de recarga.
O papel do lítio e do nióbio
O lítio, abundante no Norte de Minas e no Vale do Jequitinhonha, é um elemento essencial para a produção de baterias de longa duração. Da mesma forma, o nióbio, com 80% da produção mundial concentrada em Minas Gerais, desempenha um papel fundamental na eletrificação, graças às suas propriedades únicas. Esses minerais são a base dessa tecnologia inovadora que promete revolucionar o mercado de baterias.
Impacto econômico e atração de investimentos
A nova planta de óxidos da CBMM terá uma capacidade produtiva de 3 mil toneladas por ano de óxidos mistos para baterias. Esses óxidos são aplicáveis em tecnologias de carregamento ultrarrápido e seguro, de alta potência e maior vida útil, movimentando toda a cadeia produtiva do lítio. Embora a produção comece em uma escala menor, as novas baterias já devem estar disponíveis no mercado até o final do próximo ano.
A atração de investimentos para o estado de Minas Gerais também é uma perspectiva brilhante, uma vez que essa tecnologia atrairá a atenção de montadoras de todo o mundo. Estar próximo dos recursos de lítio e da produção de baterias resulta em ganhos fiscais e de competitividade para as empresas, tornando Minas Gerais ainda mais atrativa para aquelas que desejam fazer parte da cadeia do lítio e da transição energética global.
Testes de baterias em ônibus elétricos
A CBMM já estabeleceu uma parceria com a Volkswagen Caminhões e Ônibus para testar as baterias desenvolvidas com a Toshiba em ônibus elétricos. Essa parceria promete ser um campo de testes valioso para a nova tecnologia e sua viabilidade em veículos de grande porte.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, realizou uma série de reuniões em Tóquio como parte de sua visita ao Japão. Ele se encontrou com representantes da Mitsui, uma empresa que atua em comércio e investimentos em energia, infraestrutura, alimentos, varejo e outros setores. Durante a reunião, foram discutidas as oportunidades proporcionadas pelo Vale do Lítio para agregar valor a produtos essenciais na transição energética.
O governador também se reuniu com diretores da Oji Holdings, uma empresa que atua em Minas Gerais por meio da Cenibra, uma das maiores exportadoras de celulose do mundo. Durante a reunião, foram exploradas possibilidades de expansão da empresa e a apresentação de embalagens sustentáveis produzidas a partir da celulose, sem a utilização de plástico.