Em uma parceria entre o Instituto Senai de Tecnologia em Eletrometalmecânica do Ceará e a 3e Soluções, empresa líder em serviços de energia, nasceu uma nova solução para a geração de energia: um biodigestor móvel de 750 kW. O objetivo do projeto é conseguir lidar com os resíduos orgânicos produzidos em mais de 5 milhões de estabelecimentos agropecuários em todo o Brasil.
Uma alternativa sustentável para a geração de energia
Os biodigestores têm se mostrado uma alternativa sustentável para a geração de energia elétrica a partir da transformação de matéria orgânica em biogás.
Esse gás é uma fonte de energia renovável que pode ser utilizada na produção de eletricidade, reduzindo a dependência de fontes não renováveis. No entanto, o Instituto Senai e a 3e Soluções foram além, introduzindo três diferenciais fundamentais em seu biodigestor móvel.
Mobilidade, modularidade e facilidade de manutenção
O biodigestor desenvolvido por essa parceria se distingue por sua mobilidade, o que significa que ele pode ser transportado de uma propriedade rural para outra, atendendo a diferentes demandas em locais variados. Sua modularidade é outro diferencial, permitindo que sua capacidade de processamento seja adaptada conforme o volume de dejetos a ser tratado. O sistema é composto por 12 compartimentos (módulos), que podem ser ajustados para atender às necessidades específicas de cada propriedade.
Os módulos do biodigestor podem passar por manutenção sem a necessidade de desativar todo o equipamento, otimizando a disponibilidade e a eficiência do sistema. As características desse biodigestor o tornam uma solução flexível e eficaz para pequenas e médias propriedades, adaptando-se perfeitamente à realidade local.
A ideia por trás do biodigestor móvel do Senai
A ideia por trás desse biodigestor móvel surgiu em 2020, quando Cauê Gonçalves, sócio-fundador da 3e Soluções, buscou uma maneira de evitar perdas de produção em propriedades rurais que enfrentavam problemas de abastecimento de energia elétrica, especialmente os produtores de leite.
Essa busca por uma solução sustentável o levou ao Instituto Senai, onde ao longo de 12 meses, juntamente com a engenheira ambiental Isabelly Freitas e outros colaboradores, eles deram vida a essa inovação que promete transformar o setor agropecuário.
Do protótipo à implementação
O protótipo do biodigestor já está em funcionamento em uma granja localizada em Maranguape, Ceará, servindo como laboratório de testes para a versão maior que está por vir.
O objetivo é concluir os testes até o final deste ano e, em 2024, oferecer essa solução para pelo menos cinco distribuidoras de energia. Com o tempo, a intenção é ampliar a produção e disponibilizar milhares de unidades desse biodigestor móvel.
Desafios superados pela engenharia ambiental
A engenheira ambiental e consultora de serviços técnicos e tecnológicos, Isabelly Freitas, desempenhou um papel essencial no desenvolvimento do biodigestor no Instituto Senai de Tecnologia.
Ela ressaltou a magnitude do desafio de trabalhar em um sistema vivo como esse e os benefícios que essa tecnologia oferece para a indústria agropecuária do país, ao mesmo tempo em que reduz custos e impactos ambientais.
Uma colaboração eficiente entre institutos SENAI
O projeto foi desenvolvido sob a categoria de Aliança Industrial, que une empresas, Institutos SENAI de Tecnologia e Institutos SENAI de Inovação. O Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis, localizado no Rio Grande do Norte, desempenhou um papel crucial como coexecutor do projeto. Sua experiência em processos de produção de biogás e na caracterização dos resíduos utilizados contribuiu para a concepção, teste operacional e plano de alimentação do biodigestor.
Uma revolução sustentável criada pelo Senai e pela 3e Soluções
O novo biodigestor desenvolvido em parceria entre o Instituto Senai de Tecnologia em Eletrometalmecânica do Ceará e a 3e Soluções é uma revolução na geração de energia. A transformação de dejetos orgânicos em biogás, oferece uma fonte de energia renovável para propriedades rurais, reduzindo custos, impactos ambientais e dependência de fontes não renováveis. Com a capacidade de adaptação, manutenção simplificada e mobilidade, esse biodigestor promete contribuir significativamente para diminuição das perdas de produção em propriedades rurais.