O vice-primeiro-ministro russo Alexander Novak informou através de um comunicado oficial que a Rússia pretende reduzir a sua produção bruta de petróleo de forma voluntária em até meio milhão de barris por dia. Essa decisão russa é uma resposta à pressão sofrida pela imposição do teto de preços realizada pelas principais economias desenvolvidas.
Rússia decide diminuir a sua produção de petróleo em meio milhão de barris por dia
A Rússia destaca que não irá realizar a venda do petróleo para os países que, de forma direta ou indireta, aceitaram o teto de preços. Dessa forma, a Rússia destaca que a redução da sua produção em 500 mil barris por dia, a partir do mês de março, irá contribuir para o restabelecimento das relações mercadológicas.
O corte de 5% na produção de petróleo da Rússia impactou os preços futuros relacionados ao barril brent, que é uma referência global no mercado petrolífero, que subiram 2,7% após essa notícia oficial.
Resposta da Rússia ao ocidente
A decisão russa foi tomada de forma voluntária, pois a Rússia não consultou os produtores da Opep+, que inclui a Arábia Saudita, de acordo com informações da Reuters. Em decisão anterior, de outubro de 2022, a Opep+ resolveu diminuir a produção diária em 2 milhões de barris, desde então não foi reajustada oficialmente essa quantidade.
Portanto, a decisão russa de cortar a produção petrolífera em 500 mil barris por dia, a partir do mês de março, é uma resposta ao ocidente, que limitou os preços do petróleo para minimizar o financiamento do conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
A produção petrolífera da Rússia não irá ser vendida para países que aderiram ao preço limitado
De acordo com a agência de notícias Tass, a Rússia pretende vender a produção total de petróleo, contudo, não irá realizar a venda para os países que aderiram ao teto de preço estabelecido anteriormente, destaca a imprensa russa.
Segundo atualizações realizadas na data desta publicação, sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023, o contrato do petróleo Brent subiu para 2,18%, considerando o mês de abril a US$ 86,38 o barril, ao passo que o WTI, já para março, foi elevado em 2,18%, a US$ 79,73.
A resiliência economia da Rússia
Apesar das sanções que já ocorrem desde o início do conflito, especialistas apontam que a economia russa sofreu perdas menores do que o esperado dentro da pressão externa. A queda no PIB da Rússia durante o ano de 2022 chegou a 3%, o que significa queda ínfima perto do que especialistas ocidentais haviam previsto no começo de 2022.
Estabilidade analisada por economistas
Além disso, no decorrer do ano de 2022, a produção russa na indústria se recuperou e o país manteve a sua taxa de desemprego em 4%. Além disso, a inflação russa também não foi elevada, já que ela caiu para abaixo de 12% no decorrer de 2022.
De acordo com o primeiro-ministro da Rússia, a economia do país se adapta aos desafios atuais. Embora a Rússia assuma uma recessão, também demonstra resiliência diante da pressão ocidental. Economistas analisam as ações internas da Rússia, visto que o país tem lidado de forma positiva com a situação atual, mediante as sanções.