Não é somente o PIB da Argentina que está caindo enquanto a inflação aumenta: a Venezuela enfrenta uma onda de fugas em massa, além de uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) em mais de 83,3% desde 2013 com a administração de Nicolás Maduro. Em sua coluna para o Miami Herald, Andres Oppenheimer documenta a queda da Venezuela na miséria.
“Enquanto o autocrata venezuelano, Nicolás Maduro, celebra uma década no poder nesta semana, uma análise da realidade revela que sua presidência foi mais calamitosa do que se imagina. Maduro logrou um feito econômico inusitado: transformou o que outrora era uma das nações mais opulentas da América Latina no país mais paupérrimo, à semelhança do Haiti. A proporção dos indigentes saltou de 40% da população em 2013 para 94% na atualidade.
A taxa inflacionária anual na Venezuela aumentou para quase 350% no corrente ano, partindo de 56% em 2013… Mais de 7,2 milhões de venezuelanos escaparam do país na última década, em consonância com os cálculos das Nações Unidas. Trata-se do maior êxodo em massa na história latino-americana.”
Além do PIB: O que está causando a alta da inflação na Venezuela?
A Venezuela, um país com uma economia predominantemente baseada no petróleo, tem enfrentado graves problemas econômicos nos últimos anos. A inflação galopante tem sido uma das maiores preocupações, atingindo uma taxa de 2.959% em 2018, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). Mas o que está causando essa inflação?
Uma das principais razões é o desequilíbrio fiscal do país. A Venezuela depende fortemente da exportação de petróleo para gerar receita e financiar suas despesas, mas a queda nos preços do petróleo no mercado internacional afetou negativamente a economia venezuelana.
Além disso, a política econômica adotada pelo governo socialista de Nicolás Maduro, como a expropriação de empresas privadas e a intervenção na economia, tem afastado investidores e afetado negativamente o setor privado. Outro fator que contribui para a inflação é a escassez de produtos básicos, como alimentos e remédios. A Venezuela depende da importação desses produtos, mas sua moeda está muito desvalorizada, o que os torna escassos ou caros.
10 anos de Nicolas Maduro e principais feitos no economia para estouro da inflação e queda do PIB na Venezuela
Desde que Nicolás Maduro assumiu a presidência da Venezuela em 2013, o país tem enfrentado uma crise econômica sem precedentes, marcada por hiperinflação e escassez de produtos básicos. As principais ações do governo Maduro que contribuíram para o aumento da inflação incluem controle de preços e falta de investimento em infraestrutura.
Uma das primeiras ações do governo Maduro foi aumentar o gasto público, mesmo com a queda dos preços do petróleo, principal produto de exportação do país. Isso levou a um aumento do déficit fiscal e ao financiamento da dívida através da impressão de dinheiro pelo Banco Central. Esse aumento da oferta de dinheiro em circulação sem um aumento correspondente na oferta de bens e serviços levou a um estouro inflacionário.
Além disso, o governo Maduro implementou um sistema de controle de preços em que os preços dos bens e serviços eram fixados pelo governo. Isso levou a uma escassez de produtos básicos, uma vez que os produtores não conseguiam obter lucros suficientes para investir em novas produções ou importações. A escassez de produtos e a falta de concorrência levaram a um aumento dos preços no mercado negro, exacerbando ainda mais a inflação.
Outro fator que contribuiu para a inflação foi a falta de investimento em infraestrutura, especialmente em energia e transporte. Isso levou a cortes frequentes de energia e a uma incapacidade de transportar produtos pelo país, o que reduziu ainda mais a oferta de bens e serviços e aumentou a inflação.
Em resumo, as políticas imprudentes do governo Maduro, incluindo gastos excessivos, controle de preços e falta de investimento em infraestrutura, contribuíram significativamente para o aumento da inflação na Venezuela.