A busca por alternativas sustentáveis no setor naval está ganhando força com novos desenvolvimentos tecnológicos. A fabricante de motores finlandesa Wärtsilä firmou um acordo com a empresa norueguesa Eidesvik para transformar um do navio de abastecimento de plataformas (PSV, na sigla em inglês) em uma embarcação capaz de operar com amônia como combustível. Esta iniciativa representa um passo importante na redução das emissões de carbono no setor marítimo, alinhando-se com os objetivos globais de sustentabilidade.
Viking Energy: O primeiro navio PSV movido a amônia
O Viking Energy será o pioneiro entre os PSVs em operação no mundo a utilizar amônia como combustível. A Wärtsilä fornecerá todo o equipamento necessário para a conversão do navio. Essa transformação é significativa porque a amônia está emergindo como um dos combustíveis alternativos mais promissores para o transporte marítimo, devido ao seu potencial de reduzir substancialmente as emissões de gases de efeito estufa.
A escolha da amônia como combustível alternativo deve-se ao seu potencial para reduzir em até 70% as emissões de gases de efeito estufa em comparação com combustíveis tradicionais como o diesel. Esse movimento reflete um esforço crescente para explorar fontes de energia mais limpas e sustentáveis em um setor que tradicionalmente depende de combustíveis fósseis.
Parceria com a Equinor
O navio Viking Energy é atualmente fretado pela Equinor, empresa de energia também norueguesa, que está apoiando financeiramente o projeto de conversão. A expectativa é que a transformação do navio ocorra no início de 2026, com o PSV começando suas operações movidas a amônia até o final do primeiro semestre do mesmo ano. A Equinor, uma das principais empresas de energia da Noruega, está interessada em investir em tecnologias que promovam a sustentabilidade ambiental e veem na conversão do Viking Energy uma oportunidade para liderar essa transição no setor de plataformas de petróleo e gás.
Wärtsilä e o futuro dos motores a amônia
A Wärtsilä já havia anunciado que planeja lançar seu primeiro motor movido a amônia em um novo navio no início de 2025. A expectativa é de que esse lançamento abra caminho para vendas mais amplas na década de 2030. O desenvolvimento desse motor é um marco importante para a empresa, que está na vanguarda da inovação tecnológica no setor naval. O primeiro motor de quatro tempos com amônia foi disponibilizado para pedidos no quarto trimestre de 2023, destacando a liderança da Wartsila em soluções de energia sustentáveis.
Desafios e potencial da amônia como combustível no navio PSV
Embora a amônia ofereça um potencial significativo para reduzir as emissões de carbono no transporte marítimo, a sua utilização como combustível enfrenta desafios técnicos e logísticos. A conversão de navios existentes para operar com amônia requer adaptações complexas no sistema de motores e no armazenamento de combustível. No entanto, os avanços tecnológicos e os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, como os realizados pela Wärtsilä, estão ajudando a superar essas barreiras.
A utilização de amônia também exige medidas de segurança rigorosas, pois o manuseio e o armazenamento desse combustível envolvem riscos devido à sua toxicidade. A Wartsila, juntamente com seus parceiros, está desenvolvendo tecnologias e protocolos de segurança para garantir que a transição para combustíveis alternativos como a amônia seja realizada de forma segura e eficiente.
Impacto do navio PSV no setor de abastecimento de plataformas
A introdução do Viking Energy como o primeiro PSV movido a amônia poderá ter um impacto significativo no setor de abastecimento de plataformas de petróleo e gás. Este projeto pode servir como um modelo para futuras conversões de embarcações em todo o mundo, incentivando outras empresas a adotarem práticas mais sustentáveis. O uso de amônia e outros combustíveis alternativos é uma das estratégias que o setor está explorando para atender aos regulamentos internacionais de emissões e aos compromissos com a redução de carbono.
Além disso, a transição para combustíveis mais limpos como a amônia pode resultar em economias de longo prazo para as empresas de navegação, à medida que os custos de combustíveis fósseis continuarem a subir e as penalidades para emissões de carbono se tornarem mais rigorosas.