A Assembléia Nacional da Venezuela, liderada pela oposição, votou esta semana a suspensão dos embarques de petróleo bruto para Cuba depois que seu presidente, Juan Guaido, criticou essas exportações como “financiando propósitos obscuros” em um tweet de domingo.
A Economist Intelligence Unit relata que a proposta de Guaido foi votada por unanimidade e teve efeito imediato. No entanto, resta saber se isso terá efeito real, já que o governo de Maduro ainda parece estar no comando da PDVSA, a problemática companhia petrolífera nacional.
Na semana passada, Guaido twittou que a Venezuela estava enviando cerca de 47.000 bpd de petróleo cru para Cuba, e estes valem US $ 2.58 milhões que seriam melhor usados em casa.
“A Venezuela precisa mais do que nunca alavancar seus recursos do que financiar propósitos obscuros. Durante anos, a interferência de Cuba foi permitida, justificando-se com uma irmandade ideológica que nada mais era do que doar nosso petróleo ”, disse o presidente interino autodeclarado da Venezuela quando a Venezuela foi atingida por uma queda de energia em grande escala.
A Venezuela é o maior fornecedor de petróleo de Cuba sob um acordo de permuta selado pelos falecidos líderes dos dois países, Hugo Chávez e Fidel Castro. O acordo previa que Cuba recebesse remessas regulares de petróleo bruto em troca de médicos e outros profissionais altamente qualificados para trabalhar na Venezuela.
Em um ponto durante esta parceria, Cuba estava recebendo mais de 100.000 bpd de petróleo bruto venezuelano, segundo uma análise de Oliver Pieper para a Deutsche Welle. Agora, no entanto, isso provavelmente está diminuindo pela metade, à medida que a Venezuela se esforça para manter seus campos produtivos. Mesmo assim, o petróleo venezuelano é uma parte importante do mix de energia de Cuba e sua eliminação desse mix quase certamente levaria a quedas de energia para Cuba.
Segundo a Economist Intelligence Unit, a Assembléia Nacional de Guaido não pode impedir as remessas venezuelanas de petróleo cru para Cuba, a menos que os EUA, que reconhecessem rapidamente o líder da oposição como líder legítimo da Venezuela, impusessem mais sanções contra as companhias de navegação e seguros envolvidas na Venezuela. exportações de petróleo para a ilha.
