PETRÓLEO

Venda de bunker e biodiesel da Petrobras é analisada e considerada pela ANP

A Agência Nacional do Petróleo (ANP), por meio da Superintendência de Biocombustíveis e Qualidade dos Produtos (SBQ), está analisando uma solicitação da Petrobras para comercializar bunker e combustível marítimo, misturado com biodiesel diretamente ao consumidor final. A agência reguladora confirmou à epbr que o assunto ainda está em fase de avaliação interna.

Petrobras realiza testes com bunker de biodiesel

A Superintendência de Distribuição e Logística (SDL) da ANP já se posicionou favoravelmente à proposta, argumentando que, como a Petrobras é produtora de derivados e o consumidor final é o adquirente, não há restrições regulatórias específicas aplicáveis pela SDL neste caso.

A Petrobras e sua subsidiária Transpetro têm conduzido testes significativos no Terminal de Rio Grande, onde um navio transportador de GLP foi abastecido com diferentes proporções de biodiesel. O último teste bem-sucedido envolveu uma mistura de 24% de biodiesel, ampliando-se de um piloto inicial com 10%.

A companhia também introduziu sebo de boi como parte de suas matérias-primas renováveis, representando 30% da mistura, enquanto o restante consiste em óleo vegetal de soja. Esses insumos são comuns na produção de biodiesel para veículos no Brasil.

Impacto nos motores e descarbonização do transporte marítimo

Os testes com maiores proporções de biodiesel no bunker são motivados pelas características dos motores das embarcações, que são menos sensíveis ao combustível em comparação com os motores pesados usados em veículos terrestres.

O navio utilizado nos testes é operado pela Transpetro e pertence à Maersk Tankers, utilizado em rotas costeiras no Brasil. Ele recebeu um abastecimento de 570 mil litros de bunker com biodiesel.

Embora a adição de biodiesel represente uma solução imediata, outras rotas estão sendo exploradas para a descarbonização do transporte marítimo. A Maersk, transportadora dinamarquesa, encomendou seis navios porta-contêineres de médio porte que podem operar com metanol verde, um combustível de baixa emissão.

A empresa já tem 25 embarcações encomendadas que podem operar com metanol, demonstrando um compromisso robusto com a sustentabilidade ambiental. Desde o primeiro pedido em 2021, a Maersk incentivou outros operadores a investirem em tecnologias de baixo carbono, resultando em mais de 100 navios encomendados globalmente capazes de usar metanol verde.

Novos avanços da ANP e perspectivas futuras

Os testes com biodiesel no bunker representam um avanço significativo na busca por alternativas mais limpas e sustentáveis no setor de transporte marítimo. Com a ampliação gradual das misturas testadas pela Petrobras, espera-se não apenas reduzir as emissões de gases poluentes, mas também abrir caminho para novas políticas e regulamentações que incentivem o uso de biocombustíveis.

Além disso, o uso de matérias-primas renováveis, como o sebo de boi e o óleo vegetal de soja, destaca o potencial do Brasil na produção de biocombustíveis. Esses insumos não apenas ajudam a diminuir a dependência de combustíveis fósseis, mas também fomentam a economia local ao promover a agricultura sustentável e a reciclagem de resíduos animais.

Saiba quais são os principais desafios da ANP

Apesar dos avanços, existem desafios a serem superados. A adaptação dos motores marítimos para utilizar misturas mais elevadas de biodiesel pode exigir investimentos adicionais em tecnologia e infraestrutura. Além disso, é crucial monitorar de perto os impactos ambientais e operacionais dessas novas tecnologias para garantir que elas cumpram os padrões de eficiência e segurança exigidos pelo setor.

Se aprovados pela ANP, os testes da Petrobras com biodiesel no bunker poderão servir de base para uma implementação em larga escala, não apenas no Brasil, mas também como modelo para outras nações em busca de soluções sustentáveis no transporte marítimo. A Petrobras planeja expandir os testes para outras rotas e tipos de embarcações, buscando comprovar a viabilidade econômica e ambiental dessa iniciativa. Esse movimento pode consolidar o Brasil como líder global na inovação de combustíveis renováveis, atraindo investimentos e fortalecendo a economia verde.

Do ponto de vista econômico, a introdução de biocombustíveis no bunker também pode abrir novas oportunidades de mercado para produtores locais, fortalecendo a cadeia de valor do biodiesel no Brasil. Com o aumento da demanda por soluções de transporte mais sustentáveis globalmente, o país pode se posicionar estrategicamente como um fornecedor chave de biocombustíveis para o mercado internacional.

Andriely Medeiros

Ensino superior em andamento. Escreve sobre Petróleo, Gás, Energia e temas relacionados para o PetroSolGas.

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