Home DESTAQUE Vencedor do Prêmio Nobel de Economia sugere mudanças na tributação brasileira

Vencedor do Prêmio Nobel de Economia sugere mudanças na tributação brasileira

Em visita ao Brasil, economista Joseph Stiglitz defendeu taxação de super-ricos e cobrou agilidade na aprovação da reforma tributária

by Tiago Souza

Durante agenda de compromissos em Brasília (DF), o economista, professor e escritor Joseph Stiglitz, vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2001, demonstrou posição favorável a tributação das pessoas ‘super-ricas’. Segundo ele, a taxação auxiliaria na redistribuição de renda, permitindo assim o desenvolvimento de uma sociedade econômica e socialmente mais justa.

“É essencial que os governos tenham recursos adequados, mas infelizmente o senso de comunidade não é forte o suficiente para que os cidadãos com mais recursos os deem de bom grado para a sociedade.”, afirma.

Outro ponto de observação de Stiglitz é a reforma tributária brasileira – atualmente em pauta no Congresso Nacional. Em sua opinião, o novo modelo deve ser aprovado o quanto antes, em razão do cenário mundial econômico instável. Com a reforma concluída, o vencedor do Nobel de Economia acrescenta que seria possível também financiar ações e projetos em energia renovável e sustentabilidade.

“Acho muito importante que a reforma tributária seja feita rapidamente, com urgência. A economia global não apresentará um contexto favorável. As coisas estão mais lentas na China, na Europa. Serão necessárias receitas urgentes por conta da transição verde e do clima. Se não for feita essa reforma, a pressão para ter políticas macroeconômicas retraídas [altos juros e cortes de gastos públicos] será muito forte”, alerta o economista, que sugere a redução dos impostos sobre o consumo.

Compromissos no Brasil

Joseph Stiglitz ministrou anteontem, 11/9, a palestra “Desafios para o crescimento econômico com estabilidade e inclusão social” – iniciativa integrante do projeto ‘Diálogos com o Supremo’, promovido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Em uma abordagem crítica sobre o modelo econômico capitalistas e as consequências das desigualdades sociais, o economista comentou que as últimas 4 décadas foram marcadas por um declínio da sociedade, e defendeu o ‘capitalismo progressivo’, em que a sociedade deve ser servida pela economia.

Na tarde de hoje, 13/9, Stiglitz esteve em um encontro com o presidente da República, Lula da Silva (PT). Em nota à imprensa, a reunião foi marcada por trocas de impressões sobre o Brasil ocupar a próxima presidência do bloco econômico G20 – ainda em 2023. O texto diz que Lula comentou sobre a pretensão de priorizar a idealização de um “G20 popular” – em agenda voltada às demandas dos cidadãos e dos movimentos sociais, sobretudo no combate às desigualdades.

O comunicado afirma ainda que houve um consenso entre Stiglitz e Lula sobre o novo papel de atuação dos bancos multilaterais de financiamento, especialmente em ações de transição energética e infraestrutura.

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