A Vale, uma das maiores mineradoras do mundo, deu um passo significativo em direção à sustentabilidade ao firmar um acordo inovador com a Komatsu para desenvolver e testar caminhões que serão movidos a uma mistura de diesel e etanol. Esta parceria, que também conta com a colaboração da Cummins, faz parte das iniciativas da empresa para cumprir metas ambiciosas de redução de emissões de carbono nos próximos anos.
A colaboração entre Vale, Komatsu e Cummins tem como objetivo principal desenvolver e testar, ao longo dos próximos dois anos, caminhões de grande porte que utilizem uma mistura de até 70% de etanol e 30% de diesel. Segundo Ludmila Nascimento, diretora de energia e descarbonização da Vale, “temos um grande desafio aqui, que é a substituição do diesel nas nossas operações, tanto em minas quanto em ferrovias, e aí, no caso de minas, os caminhões fora de estrada são os equipamentos que mais emitem CO₂”.
Com a implementação do chamado Programa Dual Fuel, a expectativa é que a Vale se torne a primeira mineradora do mundo a operar caminhões fora de estrada com etanol no tanque. Esta tecnologia permitirá uma significativa redução nas emissões diretas de CO₂, podendo alcançar até 70% em comparação aos caminhões movidos exclusivamente a diesel.
Os caminhões adaptados serão equipados com dois tanques, um para etanol e outro para diesel. A mistura dos combustíveis ocorrerá no próprio caminhão durante sua operação, permitindo uma transição suave e eficiente. Atualmente, a Vale utiliza cerca de 1 bilhão de litros de diesel por ano, sendo metade desse volume em minas e a outra metade em ferrovias. Em relação às emissões de diesel nas operações de mina, estas correspondem a 15% das emissões diretas de CO₂ da Vale.
José Baltazar, diretor de engenharia de mina e usina da Vale, destacou que a conversão dos caminhões ocorrerá durante as paradas de manutenção, que acontecem aproximadamente três vezes ao longo da vida útil dos veículos, estimada em cerca de 100 mil horas de trabalho, ou 20 anos. “A opção pelo etanol se justifica por já ser um combustível amplamente adotado no Brasil, com uma rede estabelecida de fornecimento”, ressaltou Baltazar.
Com um total de cerca de 450 caminhões fora de estrada em operação no Brasil, a Vale planeja incluir cerca de 80 caminhões da Komatsu, com capacidade entre 230 e 290 toneladas, no projeto de conversão para o uso de etanol. Ricardo Alexandre Santos, vice-presidente da divisão de equipamentos de mineração da Komatsu, enfatizou que a tecnologia permitirá um retrofit nos motores, eliminando a necessidade de adquirir novos caminhões.
“Você vai fazer um ajuste no motor. Não precisa trocar o caminhão, é algo sustentável em todos os lugares”, destacou Santos.
A Vale não divulgou o investimento específico destinado a este projeto, mas ele está incluído nos aportes de US$ 4 bilhões a US$ 6 bilhões já anunciados para reduzir suas emissões diretas e indiretas (escopos 1 e 2) em 33% até 2030. A empresa também estabeleceu a meta de alcançar emissões líquidas de carbono zero até 2050.
Dessa forma, a parceria entre Vale, Komatsu e Cummins representa um marco significativo na trajetória da mineradora rumo à sustentabilidade. Com a introdução de caminhões de grande porte movidos a uma mistura de etanol e diesel, a Vale não só reforça seu compromisso com a redução de emissões de carbono, mas também destaca o potencial do etanol como um combustível viável e eficiente para operações de mineração de grande escala. Este projeto pioneiro não apenas beneficiará o meio ambiente, mas também poderá servir de modelo para outras empresas no setor, promovendo uma indústria mais sustentável e responsável.
A mineração desempenha um papel crucial na economia global, fornecendo matérias-primas essenciais para diversas indústrias. No entanto, a atividade mineradora também apresenta desafios significativos em relação às metas de sustentabilidade. O impacto ambiental e social da mineração é um tema de crescente preocupação, especialmente à medida que o mundo se compromete com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Um dos principais impactos da mineração é a degradação ambiental. A extração de minerais frequentemente resulta na destruição de ecossistemas, desmatamento e perda de biodiversidade. As atividades mineradoras podem causar erosão do solo, contaminação de água e ar, além da geração de resíduos tóxicos. Essas consequências afetam não apenas a fauna e a flora locais, mas também as comunidades humanas que dependem desses recursos naturais para sua subsistência.
Ademais, a mineração contribui significativamente para as emissões de gases de efeito estufa. A queima de combustíveis fósseis durante a extração e o transporte de minerais, bem como os processos de beneficiamento, são fontes importantes de CO₂ e outros poluentes. Este aspecto é particularmente problemático, ao contrariar os esforços globais para mitigar as mudanças climáticas e alcançar as metas estabelecidas no Acordo de Paris.
No entanto, é importante reconhecer que a mineração também pode contribuir para as metas de sustentabilidade se for conduzida de maneira responsável, como no projeto da Vale. A implementação de práticas de mineração sustentável, como a reabilitação de áreas mineradas, o uso de tecnologias mais limpas e eficientes, e a reciclagem de materiais, pode mitigar alguns dos impactos negativos. Empresas mineradoras que adotam padrões ambientais rigorosos e investem em inovação tecnológica têm o potencial de reduzir sua pegada ecológica e promover o desenvolvimento sustentável.
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