O campus Capital-Butantã da Universidade de São Paulo (USP) será o palco de um marco na área de energia renovável: a operação da primeira estação de abastecimento de hidrogênio gerado a partir do etanol no mundo. Este conversor de hidrogênio, que utiliza o etanol como matéria-prima, é uma inovação significativa no campo das energias sustentáveis, combinando a produção de hidrogênio com a utilização de fontes renováveis de energia.
O anúncio foi feito pelo reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, durante a abertura da Conferência de Pesquisa e Inovação em Transição Energética (ETRI) 2024, evento realizado entre os dias 5 e 7 de novembro. O reitor destacou a importância dessa estação de conversão, que é resultado de um projeto de pesquisa da Universidade, com o apoio do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), uma parceria da USP com a FAPESP e a Shell.
A estação de hidrogênio irá operar com um conversor que transforma o etanol em hidrogênio. O processo é feito em um reator chamado reformador, desenvolvido pela startup paulista Hytron. Esse reformador aquece o etanol a 750°C, desencadeando reações químicas que quebram as moléculas de etanol e geram H2. O produto final será utilizado para abastecer ônibus movidos a H2 no campus da USP. A estação terá capacidade de produzir cerca de 100 kg de hidrogênio por dia, utilizando 7 litros de etanol para produzir 1 kg de hidrogênio.
Os pesquisadores da USP pretendem utilizar essa estação para avaliar a viabilidade do uso de hidrogênio como combustível para veículos urbanos, como os ônibus que circularão pela USP. Segundo os estudos iniciais, se os 18 ônibus movidos a diesel da universidade fossem substituídos por veículos movidos a hidrogênio, a USP reduziria em quase 3 mil toneladas as suas emissões de dióxido de carbono anualmente.
A produção de hidrogênio a partir do etanol não só proporciona uma fonte de energia renovável, como também contribui para a sustentabilidade da USP e de São Paulo. O uso do combustível gerado a partir de etanol é uma alternativa ecológica aos combustíveis fósseis, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2).
A planta-piloto tem como objetivo avaliar a eficiência da conversão de etanol em hidrogênio e os impactos ambientais desse processo, verificando se a produção do combustível gera emissões de CO2 e o quanto de energia é necessária para manter o processo funcionando.
Além disso, a energia elétrica usada no processo é gerada de forma eficiente, com 2,5 kWh sendo consumidos para manter os sistemas com pressão. O projeto busca também tornar a produção de hidrogênio a partir do etanol um processo economicamente viável, permitindo o uso de hidrogênio em larga escala a preços competitivos.
Com a entrada em operação da planta, os pesquisadores da USP irão avaliar o impacto dessa tecnologia no transporte público e na eficiência do conversor. A produção desse combustível para abastecer veículos será monitorada para determinar a quantidade de CO2 gerada no processo e o consumo real dos veículos. A estação será fundamental para futuros projetos que visam aumentar o uso dele em diferentes setores, ajudando a USP a se tornar um modelo de sustentabilidade no Brasil.
A instalação da primeira estação de hidrogênio a partir do etanol na USP reflete o compromisso da universidade com a inovação e com a transição para uma matriz energética mais limpa e eficiente. A operação dessa planta-piloto do conversor é uma etapa importante para o futuro do hidrogênio como combustível, com um grande potencial para transformar a forma como usamos energia no Brasil e no mundo.
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