A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) inaugurou recentemente uma Usina Solar Piloto de Módulos Bifaciais. O modelo possui capacidade de gerar mais energia do que uma usina convencional, uma vez que capta a radiação direta do sol e também a refletida pelo solo. A usina foi montada no campus da Universidade, onde um grupo da UFSC já realiza experimentos e tem como objetivo avaliar como o beneficiamento do solo pode expandir a produtividade dos sistemas da usina solar.
Resultados podem trazer um plano de instalação de futuras usinas solares
O projeto da usina solar com módulos bifaciais conta com dois tipos de placas solares, em quatro solos diferentes, que serão estudados com base em suas condições de desempenho ao longo das estações do ano. Serão avaliados características como sujidade, degradação, operação dos equipamentos em extrema irradiância e alta temperatura, além de medições de irradiação global horizontal, temperatura do ar, albedo, umidade relativa do ar e também velocidade do vento.
O Laboratório Fotovoltaico da UFSC é responsável pela condução da pesquisa pela qual, estima-se, melhorar a previsibilidade de desempenho de usinas fotovoltaicas, prolongar vida útil e aumentar a produtividade dos rastreadores e outros equipamentos utilizados.
Além disso, o resultado das medições tornará possível a realização de um plano de instalação de futuras usinas solares no Brasil inteiro, impulsionando o setor de geração de energia solar. De acordo com o coordenador do laboratório, professor Ricardo Rüther, neste projeto da usina solar com módulos bifaciais, a UFSC está manipulando o solo para aumentar um pouco a reflexão solar. Caso a universidade ganhe 5%, no desempenho de uma usina, isso representa uma competitividade maior para o empreendedor.
Usina solar com módulos bifaciais recebem investimentos de R$ 7,2 milhões
É importante ressaltar que os módulos bifaciais vêm se tornando um padrão em empreendimentos solares no Brasil, principalmente pela sua capacidade de produção de energia maior em um mesmo espaço e reduzir os custos de sua instalação. Com investimentos de R$ 7,2 milhões, o projeto conta com o aporte da empresa China Three Gorges Corporation do Brasil (CTG) no âmbito do Programa de Pesquisa & Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Além da UFSC, há também parcerias com a Universidade Estadual Paulista (Unesp Ilha Solteira) e com o Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis.
O sistema também conta com trackers solares da empresa STI Norland. Para o professor Rüther, através dessas parcerias, há possibilidade de executar pesquisas que promovam o melhor aproveitamento da energia solar, além de formar recursos humanos altamente qualificados, um dos papéis centrais da UFSC. De acordo com o coordenador, os alunos irem ao mercado altamente qualificados é uma das missões do projeto.
STI Norland se pronuncia sobre parceria
De acordo com a STI Norland, no Brasil, uma das principais dificuldades enfrentadas pelo setor de energia solar ainda é a falta de referências e parâmetros de desempenho de acordo com as variadas condições climáticas e especificidades de uso.
De acordo com o Coordenador de Engenharia da STI Norland, Paulo Henrique, com este tipo de parceria é possível ver resultados de produção previstos na teoria e, a partir disso, é possível realizar mudanças ou ajustes precisos para uma otimização melhor dos produtos STI e maior ganho de geração.
De acordo com o diretor de Desenvolvimento de Novos Negócios da CTG Brasil, estudos como esse podem contribuir com a melhoria da oferta de energia futuramente, além de oferecer preços mais competitivos e reduzir os impactos ao meio ambiente.