O Brasil enfrenta um atraso de cinco anos na eletrificação automotiva em comparação com os líderes globais, alerta a consultoria empresarial A&M. A indústria automotiva nacional, segundo a análise, caminha lentamente na adoção de novas tecnologias, especialmente na transição para veículos elétricos, representando um risco para seu futuro. O diretor da A&M, David Wong, destacou a falta de preparo da demanda nacional devido ao poder aquisitivo limitado e dificuldades de acesso ao crédito. Embora os preços dos veículos elétricos estejam em queda, eles ainda são mais caros do que os modelos a combustão, impactando diretamente no desenvolvimento da eletrificação.
A eletrificação no Brasil ainda enfrenta um desafio significativo no cenário atual, segundo uma recente análise da consultoria empresarial A&M. A transição para veículos elétricos no país está claramente atrasada, cerca de cinco anos em comparação com os líderes de mercado globais, conforme destacou a pesquisa.
O relatório explora as descobertas da A&M sobre o processo de transição do segmento, destacando preocupações sobre o ritmo lento da indústria automotiva brasileira na adoção de novas tecnologias, especialmente as relacionadas à eletrificação. Desse modo, o mercado automobilístico nacional agora levanta questionamentos sobre como o Brasil se comportará frente à competitividade do setor global.
A consultoria A&M alerta que, mesmo quando a indústria automotiva nacional estiver totalmente equipada para a eletrificação, pode não ter a escala necessária para exportar veículos elétricos puros. David Wong, diretor da A&M, afirmou que outros países já estarão mais autossuficientes na produção desses veículos e seus componentes quando o Brasil avançar na produção local da tecnologia.
O especialista ainda avalia que a demanda nacional ainda não está pronta para absorver o novo conteúdo tecnológico, devido ao baixo poder aquisitivo dos brasileiros e às dificuldades de acesso ao crédito. Essa realidade apresenta um desafio significativo para uma adoção mais rápida de veículos elétricos no mercado brasileiro.
Apesar da queda nos preços, os veículos elétricos ainda são mais caros do que os modelos a combustão interna, conforme destacado pela consultoria. A bateria, representando de 30% a 40% do custo total do veículo, continua sendo um fator limitante para muitos consumidores brasileiros. Até outubro de 2023, o Brasil contabilizou aproximadamente 193.486 veículos elétricos leves em circulação. No entanto, a consultoria A&M estima que, até 2030, o país deverá alcançar 1,3 milhão de veículos eletrificados.
O desafio reside em atingir a marca de 20 milhões de carros elétricos até 2050, incluindo a expansão da frota híbrida a etanol. Wong destaca que, apesar da perda de participação global, os veículos híbridos ainda têm um papel importante como alternativa de transição tecnológica no Brasil. Assim, a hibridização pode ser uma estratégia viável antes da expansão para veículos totalmente elétricos.
Além disso, um dos maiores desafios identificados é a inexistência de uma indústria de baterias no Brasil, apesar da disponibilidade de minérios essenciais como fosfato, ferro e lítio. A consultoria A&M afirma que estabelecer uma planta de produção de baterias representa um investimento significativo, estimado em pelo menos US$ 1 bilhão, com um prazo de aproximadamente três anos para a instalação.
Apesar dos desafios, Wong vê o Brasil como um dos poucos países com indústria automotiva e escala para suportar a produção de veículos necessária durante essa transição. Ele enfatiza a importância das empresas se planejarem estrategicamente para aproveitar a escala de produção, manter a competitividade e evitar o risco de a indústria automotiva nacional perder relevância local e global na corrida pela eletrificação.
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