A Marinha do Brasil alcançou um marco importante na última sexta-feira, com a entrega do segundo submarino construído como parte do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub). Esse programa, que teve início com um acordo entre o Brasil e a França em 2008, visa fortalecer a capacidade submarina do país e promover a transferência de tecnologia entre as nações. O evento de entrega do submarino Humaitá estava originalmente programado para contar com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas foi cancelado alguns dias antes da cerimônia.
O Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub)
O Prosub é um programa ambicioso que envolve a construção de quatro submarinos convencionais da classe Scorpène, de origem francesa. O programa também prevê a construção do primeiro submarino brasileiro de propulsão nuclear, que deve ser concluído até 2029 e lançado em 2033. Todo esse projeto está sendo executado no Complexo Naval de Itaguaí, localizado no Rio de Janeiro.
O Humaitá, agora entregue à Marinha do Brasil, é o segundo dos quatro submarinos adquiridos do estaleiro DCNS, da França, e financiados pelo banco BNP Paribas. O primeiro da classe, o submarino Riachuelo, foi entregue em 2022. Essas embarcações são fundamentais para fortalecer a capacidade de defesa submarina do Brasil.
A importância da parceria da Marinha brasileira com a França
A parceria com a França na construção desses submarinos e na aquisição do casco da futura embarcação de propulsão nuclear tem como objetivo principal defender a soberania nacional. Esses submarinos desempenharão um papel crucial na proteção das águas territoriais brasileiras e na manutenção da segurança marítima do país.
O submarino à propulsão nuclear, que levará o nome de Álvaro Alberto em homenagem ao almirante brasileiro pioneiro na pesquisa nuclear, representará um avanço significativo nas capacidades da Marinha do Brasil. Esse projeto tem como objetivo consolidar a capacidade do Brasil de operar submarinos nucleares, o que é um passo importante no cenário internacional.
Impacto na ciência e tecnologia nacionais
Além dos benefícios militares e de segurança, o Prosub também tem um impacto significativo na ciência e tecnologia nacionais. A transferência de tecnologia e a construção dos submarinos no Brasil promovem o desenvolvimento da base industrial de defesa do país. Isso significa que o Brasil está adquirindo conhecimento e experiência valiosos no campo da construção naval submarina, o que pode ter aplicações futuras em diversos setores.
O Almirante-de-Esquadra Petrônio Aguiar, Diretor-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, destacou a importância do Prosub como um catalisador da ciência e tecnologia nacionais. Ele enfatizou que o programa contribui significativamente para o desenvolvimento industrial e tecnológico do Brasil.
Características dos submarinos da Marinha
Os submarinos da classe Scorpène utilizam motores diesel-elétricos e são projetados para operações subaquáticas. O projeto original dessas embarcações passou por modificações para melhorar o conforto dos 31 tripulantes regulares e aumentar a capacidade de alcance. A versão brasileira dos submarinos Scorpène é cerca de 10 centímetros mais longa do que a especificação de catálogo. Esses submarinos representam um ativo valioso para a Marinha do Brasil e fortalecem a capacidade do país de proteger suas águas territoriais e interesses marítimos.
A entrega do submarino Humaitá marca um importante avanço no Programa de Desenvolvimento de Submarinos do Brasil. Esse programa não apenas fortalece a capacidade de defesa do país, mas também impulsiona o desenvolvimento da ciência e tecnologia nacionais, além de consolidar parcerias internacionais estratégicas, como a com a França. O Brasil está no caminho certo para se tornar uma potência naval respeitada no cenário global.